Medicina integrativa: conceito e benefícios para clínicas e pacientes
A Medicina Integrativa, por vezes também chamada de Medicina Funcional ou Integral, tem atraído cada vez mais a atenção de profissionais da saúde e pacientes como resposta à busca pela humanização dos atendimentos médicos.
Considerando que doenças físicas afetam a saúde emocional e mental das pessoas, assim como complicações psicológicas podem fazer com que o corpo adoeça, a medicina integrativa promove o bem-estar e a qualidade de vida por meio do equilíbrio de diversas esferas do indivíduo.
Isso significa que, ao invés de tratar especificamente a doença, como acontece na medicina tradicional, a prática integrativa é focada no paciente em sua totalidade, identificando diversos fatores, entre eles fisiológicos, psicológicos, nutricionais e até sociais, que possam ser aprimorados para garantir a saúde plena.
Essa integração do cuidado gera benefícios não só para os pacientes, que notam resultados melhores, mas também para os profissionais da saúde, que contam com o apoio de colegas de outras especialidades para melhorar o relacionamento com os pacientes e engajá-los acerca do tratamento.
Neste artigo, entenda melhor o conceito de medicina integrativa, seus principais benefícios, como aplicá-la em sua clínica ou hospital e qual é o cenário brasileiro da especialidade, respaldada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O que é medicina integrativa e como surgiu o conceito
Muitas vezes, doenças surgem como consequência de hábitos alimentares desequilibrados ou rotinas compostas por comportamentos inadequados, que acabam por enfraquecer o sistema imunológico. E mesmo que essa ideia já seja muito difundida pela medicina convencional, a prática integrativa tem o propósito de tornar os tratamentos ainda mais efetivos com a colaboração entre médicos, terapeutas e profissionais da saúde em geral.
Sendo assim, a medicina funcional combina terapias alternativas, como fitoterapia, homeopatia, florais, aromaterapia, yoga, massagens, meditação e acupuntura, com procedimentos tradicionais de diversas áreas.
Um oncologista, por exemplo, pode trabalhar em conjunto com nutricionistas, enfermeiros e psicólogos para proporcionar um atendimento mais completo ao paciente. Estudos mostram que terapias alternativas ajudam a aliviar os efeitos colaterais comuns do câncer e seu tratamento, como fadiga, ansiedade, dor e náusea.
O Prof. Dr. Chin An Lin, chefe do Ambulatório Geral Didático do HCMFUSP e Co-coordenador do Centro de Medicina Integrativa Mente/Corpo descreve a medicina integrativa como um tratamento que vai além da doença:
“Tratamos o paciente como um todo, desde o seu estilo de vida, até a forma como ele se relaciona com o ambiente. Acredito que, se conseguirmos agir preventivamente, antes da doença levar a pessoa ao hospital, teríamos mais o que fazer para melhorar a medicina.”
Disse ele, de acordo com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
O surgimento do conceito de medicina integrativa, de acordo com Editor-in-chief do The Journal of Alternative and Complementary Medicine (JACM), John Weeks, se deu no contexto da contracultura, por volta da década de 1960.
O movimento foi motivado por diversos fatores, como o aumento da expectativa de vida, a crítica à relação assimétrica de poder entre médicos e pacientes, a dificuldade da medicina convencional para solucionar determinadas doenças – especialmente as crônicas –, informação sobre o perigo dos efeitos colaterais dos medicamentos e das intervenções cirúrgicas, entre outros.
Quais são as vantagens da medicina integrativa para pacientes, especialistas e clínicas?
Pacientes com doenças crônicas que até então eram submetidos a procedimentos essencialmente paliativos, conseguem trabalhar a causa de seus problemas quando passam por uma abordagem mais abrangente.
Além disso, o acompanhamento integrado tira a doença do foco e coloca o paciente como protagonista do tratamento.
Com isso, ele passa a perceber que sua função vai além de tomar remédios e fazer exames e se vê como o principal agente para sua saúde, trazendo benefícios não só para si, mas também para os profissionais que o acompanham. Hoje, muitos consultórios e centros de saúde que trabalham com o modelo de clínica ampliada já tem conseguido oferecer um tratamento bem mais integrado aos seus pacientes.
Confira as principais vantagens da medicina funcional integrativa:
Influência positiva na relação médico-paciente
A base de um atendimento pautado pela medicina integrativa é saber ouvir. Investigar todos os aspectos da vida do paciente, entendendo suas dores e preocupações, considerando sua situação econômica e identificando sua personalidade e individualidade, é essencial para que os procedimentos mais adequados possam ser recomendados.
Com isso, o paciente cria um relacionamento mais próximo e de confiança com os profissionais envolvidos, já que sabe que todos compartilham o mesmo objetivo: cuidá-lo da melhor maneira possível.
Essa humanização do acompanhamento médico é crucial para que os médicos, paramédicos e terapeutas sejam verdadeiros parceiros do paciente durante a jornada, o que auxilia também em sua fidelização.
Maior engajamento ao tratamento
Como dito anteriormente, a combinação de diversos métodos alternativos com os tradicionais contribui para o empoderamento dos pacientes, conscientizando-os sobre o papel que exercem em sua saúde, já que compartilham a responsabilidade pelo sucesso do tratamento com os profissionais de saúde.
Com isso, aumenta o interesse e a motivação para que sigam as recomendações dos especialistas, inclusive mantendo bons hábitos depois de terem sido curados.
Mais qualidade de vida
Desde que os métodos alternativos estejam alinhados com o estilo de vida do paciente, eles proporcionarão tranquilidade, alegria e esperança, potencializando os resultados do tratamento convencional e aumentando as chances de recuperação.
Outro fator positivo para a saúde é a possibilidade de redução da medicação tradicional, incorporando princípios ativos naturais. Os bons resultados e o bem-estar conquistados servirão também como incentivo para a continuidade de práticas preventivas.
Redução dos gastos com saúde;
Quanto mais consciente dos hábitos que influenciam em sua saúde, mais o paciente levará a sério as orientações dos profissionais e menos precisará investir em novos remédios, tratamentos, exames e até cirurgias.
Cenário da medicina integrativa no Brasil
Apesar de consolidada no Brasil, é possível que surjam dúvidas quanto à efetividade da medicina integrativa. Uma evidência da seriedade da abordagem terapêutica é que grandes hospitais, como o Sírio Libanês e o Albert Einstein, já oferecem esse diferencial.
Outro indício de seu valor é a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 2006.
A Portaria Nº 849 de 2017 do Ministério da Saúde incorporou entre os serviços disponibilizados em mais de 1.200 municípios as práticas de Ayurveda, Biodança, Arteterapia, Meditação, Dança Circular, Musicoterapia, Osteopatia, Naturopatia, Quiropraxia, Reiki, reflexoterapia, Shantala, Yoga e Terapia Comunitária Integrativa.
É relevante destacarmos que as terapias sugeridas pela medicina integrativa não pretendem substituir, em circunstância alguma, as práticas convencionais, e sim complementar o tratamento para intensificar os bons resultados.
Como aplicar a medicina integrativa no dia a dia da clínica?
O primeiro passo para adotar a medicina integrativa em sua clínica, além dos estudos exigidos em qualquer área da saúde, é garantir que o corpo clínico do seu centro médico seja formado por uma variedade de profissionais dispostos a trabalhar em conjunto.
Desta forma, o paciente ganhará mais praticidade ao concentrar todas as consultas em um único estabelecimento, e os profissionais terão acesso mais fácil às informações do tratamento.
Tenha em mente que o plano de tratamento deve ser integrado e compartilhado entre toda a equipe. Para facilitar este acompanhamento simultâneo, uma dica é contar com o software de gestão médica Doctoralia Clínicas, que permite a criação de prontuários eletrônicos personalizados e reúne todas as informações em uma só plataforma, além de diversas outras funcionalidades
Com a ferramenta adequada, todos os profissionais conseguirão agir com produtividade e cooperação na elaboração de estratégias completas, sem deixar de lado nenhum dado relevante.
No momento da consulta em si, é importante realizar um atendimento mais terapêutico, independente da área de atuação. Os diagnósticos são mais longos e profundos, incentivando o paciente a relatar quando os sintomas começaram a surgir, em quais situações mais aparecem e o que é feito para reduzi-los.
Assim, a medicina integrativa direciona o foco para a pessoa, e não para a doença. Medicamentos e tratamentos – alternativos ou convencionais – devem ser sugeridos considerando todas as abordagens terapêuticas e disciplinas, assim como a opinião do próprio paciente.
É imprescindível ainda que qualquer orientação seja acompanhada por explicações compreensíveis e diretas, para que o paciente compreenda os detalhes do tratamento e sinta-se parte das tomadas de decisão.
Medicina integrativa em resumo
Concluindo, a medicina integrativa surgiu para suprir a necessidade de humanização dos atendimentos médicos, em decorrência da popularização da medicina alternativa e seus tratamentos naturais, e ainda da crescente consciência de que todas as áreas da vida – aspectos físicos, emocionais, psicológicos, sociais, espirituais, etc – influenciam na saúde e qualidade de vida.
Para oferecer um tratamento mais personalizado ao paciente, a prática propõe a união de profissionais da saúde de diversas especialidades, resultando na potencialização de resultados, estreitamento do relacionamento de confiança e prevenção de possíveis problemas futuros. A doença em si deixa de ser o ponto central e as atenções se voltam ao indivíduo em sua totalidade.
Uma vez que os especialistas estejam dispostos a trabalhar em time e adquiram o conhecimento necessário sobre medicina integrativa, a dica é que a clínica ou hospital conte com um software de gestão que permita compartilhar as informações do prontuário entre os responsáveis, facilitando a troca de ideias e o acompanhamento dos resultados.
Fonte:https://clinicas.doctoralia.com.br/blog/o-que-e-medicina-integrativa-e-quais-suas-vantagens
Resenha: O que
é e como funciona a medicina integrativa?
A medicina integrativa vem crescendo no ambiente clínico, pois propõe
uma abordagem completa dos pacientes, considerando todos os aspectos que
influenciam o processo saúde-doença. Nesse contexto, além das características
fisiopatológicas dos problemas apresentados, é crucial que o médico atente aos
demais fatores que alteram o equilíbrio emocional e espiritual do doente.
Sendo assim, a integralização dos cuidados clínicos e medicamentosos
pressupõe uma análise minuciosa do indivíduo, avaliando também suas perspectivas
em relação às intervenções propostas.
Quer saber mais sobre a medicina integrativa? Então, fique por aqui e
conheça os fundamentos dessa prática!
O que é a medicina integrativa?
Trata-se de uma modalidade médica que avalia os aspectos clínicos,
medicamentosos e emocionais, entre outros, que possam influenciar na
efetividade e segurança das condições clínicas diagnosticadas.
A medicina integrativa tem como objetivo fazer um levantamento dos
problemas que interferem no desequilíbrio físico e psíquico do paciente. Assim,
é possível intervir gradativamente para recuperar a saúde do doente.
Existem diversas metodologias e fundamentos dentro da medicina
integrativa, inclusive reconhecidos como práticas integrativas e complementares
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Como funciona a medicina integrativa?
Diferentemente das outras abordagens da medicina, centradas apenas no
problema de saúde e nas intervenções tradicionais baseadas em estratégias
medicamentosas ou cirúrgicas, a medicina integrativa procura avaliar o paciente
como um todo.
Isso significa uma evolução principalmente relacionada ao acolhimento humanizado. São consideradas opiniões, conceitos
pré-formados dos pacientes e experiências prévias sobre o problema.
Trata-se também de demonstrar aceitação quanto às crenças e religiões do
paciente, desde que não interfiram nas propostas clínicas apresentadas. Deve-se
convidá-lo a ser um participante ativo do processo de cura ou controle da
doença.
Dessa forma, o passo a passo para desenvolver a medicina integrativa é
semelhante ao da medicina tradicional. Veja a seguir.
Anamnese do paciente
Os médicos farão uma anamnese completa do paciente. É preciso verificar
o histórico clínico, medicamentoso e cirúrgico, além dos tratamentos
complementares já utilizados para a doença em questão, prezando pela ética médica nas relações com o paciente.
Depois, serão solicitados exames físicos, laboratoriais ou radiológicos
para confirmar a hipótese diagnóstica elaborada mediante queixas, sinais e
sintomas apresentados pelo paciente nas primeiras
consultas.
Implantação de intervenções
A partir do diagnóstico, o médico prescreverá medicamentos para o
tratamento ou controle da condição clínica. Mediante as percepções anteriores,
recomendará tratamentos que são preconizados pela medicina integrativa.
Isso porque as metodologias formalizadas pela medicina integrativa são
consideradas complementares pelo Ministério da Saúde. Portanto, são implantadas
concomitantemente ao tratamento tradicional.
Quais são as práticas adotadas?
Visando à terapia integrada e holística do paciente, no sentido mais
amplo dessas ações, existem diversas metodologias idealizadas ao longo da história da Medicina. Cada uma delas pode ser aplicada e
desenvolvida nos níveis de atenção primária, secundária ou terciária.
Conheça a seguir as principais práticas da medicina integrativa.
Aromaterapia
A aromaterapia tem como base extrair o poder terapêutico proveniente dos
óleos essenciais, substâncias voláteis utilizadas de forma individual ou
coletiva. Seus benefícios podem ser percebidos no ambiente após a inalação dos
princípios ativos das formulações de tais óleos.
Essa prática costuma ser adotada isoladamente por diversos
profissionais, como fisioterapeutas, psicólogos, psiquiatras, médicos etc.,
durante as intervenções preconizadas para a doença instalada. Mas também pode
ser associada a outras condutas, a exemplo da terapia com florais e
cromoterapia, para potencializar o efeito terapêutico.
Fitoterapia
As plantas medicinais são conhecidas pelo poder curativo, comprovado por
pesquisas científicas, tanto na forma de chás quanto nos preparados
farmacêuticos. Trata-se de excelentes aliadas para o tratamento e controle de
distúrbios clínicos.
No entanto, sua ação farmacológica carece de informações precisas assim
como qualquer medicamento. As doses variam entre os pacientes e seus efeitos
adversos podem causar complicações clínicas significativas.
Por isso, é fundamental que os produtos fitoterápicos sejam prescritos e
acompanhados pelo médico ou por farmacêuticos, a fim de proporcionar os
benefícios clínicos já conhecidos entre muitos deles.
Práticas de expressão corporal
Entre as práticas relacionadas à movimentação do corpo, destacam-se a
biodança e a dança circular. Enquanto a primeira é fundamental em exercícios
com músicas para aumentar a resistência ao estresse e melhorar o desempenho
físico, a dança circular tem propósitos provenientes dos ensinamentos de um
bailarino polonês/alemão chamado Bernar Woisen.
Na proposta da dança circular, os profissionais adaptam coreografias e
ritmos visando ao bem-estar físico, mental e social. Também é proporcionado um
equilíbrio de mente, coração, corpo e espírito para o indivíduo.
Homeopatia
A prática milenar é baseada na Lei dos Semelhantes, experimentação no
homem e ultradiluição dos princípios ativos. Isso significa que os medicamentos
homeopáticos prescritos e utilizados serão desenvolvidos em doses centesimais,
para fazer com que o corpo combata os males externos.
Portanto, trata-se de uma abordagem centrada na pessoa que busca a cura
natural do corpo por meio de compostos que estimulam os pontos centrais da
doença. Sendo assim, para tratar os males do estômago, são prescritos
medicamentos que também podem irritar esse órgão, de forma a aperfeiçoar a cura
pelo indivíduo.
Acupuntura
A medicina tradicional chinesa utiliza a teoria do yin-yang para
identificar o estado energético do paciente, tratando os desequilíbrios que
podem ser as causas dos problemas clínicos identificados.
Dentro das estratégias idealizadas pela medicina tradicional chinesa,
encontram-se: acupuntura, ventosaterapia, moxabustão e dietoterapia chinesa. A
acupuntura se baseia na estimulação de pontos específicos do corpo ao longo dos
meridianos para a regulação dos problemas identificados.
Quais são as principais vantagens da
medicina integrativa?
As principais vantagens da medicina integrativa como proposta
complementar para as doenças diagnosticadas se referem à redução do número de
medicamentos e incorporação de ferramentas intervencionistas para atuar
diretamente no local do problema. Consequentemente, há uma recuperação mais
rápida e melhoria da qualidade de vida.
Isso porque, ao associar corretamente algumas dessas práticas
(principalmente aquelas em pontos específicos de dor), tende-se a um
relaxamento e à dispersão dos nódulos dolorosos. Como resultado, é possível
reduzir o consumo exagerado de analgésicos e evitar erros médicos preveníveis.
Essa melhoria clínica tem como consequências a redução da polifarmácia,
a otimização dos custos e a melhoria da qualidade de vida do doente — observada
ao longo da implantação do tratamento complementar.
A medicina integrativa é uma prática clínica centrada na pessoa e aborda
todos os fatores que interferem na efetividade ou segurança do tratamento
implantado. Dessa forma, deve ser bem conhecida e explorada pelos profissionais
clínicos, a fim de trazer propostas para complementar as terapias já instaladas
ou oferecer oportunidades diferenciadas ao paciente refratário e resistente aos
preceitos da medicina tradicional.
Fonte: https://www.ceen.com.br/medicina-integrativa/
Comentários
Postar um comentário