O QUE É A MEDICINA CHINESA,ACUPUNTURA E AS CAUSAS DAS DOENÇAS SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA


Medicina Tradicional Chinesa

 Hoje, a China Vistos vai além dos pontos turísticos ao te proporcionar maior imersão nas tradições chinesas. Hoje você vai ler sobre a Medicina Tradicional Chinesa, e, não só vai conhecer melhor a cultura do dragão asiático, como também vai poder aprimorar seus hábitos!

 

Medicina Tradicional Chinesa
A Medicina Tradicional Chinesa se sustentou por milênios, graças aos escritos que a representam.

 

O QUE É A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA?

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), também conhecida como “medicina chinesa”, é a denominação usualmente dada ao conjunto de práticas de Medicina Tradicional em uso na China, desenvolvidas ao longo dos milhares de anos de sua história.

A Medicina Chinesa (MTC) fundamenta-se numa estrutura teórica sistemática e abrangente, de natureza filosófica. Tendo como base o reconhecimento das leis fundamentais que governam o funcionamento do organismo humano, e sua interação com o ambiente segundo os ciclos da natureza, procura aplicar esta abordagem tanto ao tratamento das doenças, quanto à manutenção da saúde através de diversos métodos.

 

HISTÓRIA DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A Medicina Chinesa originou-se ao longo do Rio Amarelo, tendo formado a sua estrutura acadêmica há muito tempo. Ao longo dos séculos, passou por muitas inovações em diferentes dinastias, tendo formado muitos médicos famosos e diferentes escolas. É considerada uma das mais antigas formas de Medicina Oriental, termo que engloba também as outras medicinas da Ásia, tais como os sistemas médicos tradicionais do Japão, Coreia, do Tibete, da Mongólia e da Índia.

Segundo registros paleontológicos, a Medicina Tradicional Chinesa é praticada há mais de 3.000 anos. Durante os períodos das dinastias Yin e Shang a MTC já era praticada. Já por essas épocas incluía nos seus princípios o estudo do Yin-Yang, a teoria dos cinco elementos e do sistema de circulação da energia pelos Meridianos do corpo humano; princípios esses que foram refinados através dos séculos seguintes. Existem muitas obras médicas clássicas famosas que nos chegaram do passado.

Ao longo dos anos, um dos ramos da Medicina Tradicional Chinesa que perdurou e foi até reformado foi o da Acupuntura. A teoria da Acupuntura foi reformada ao longo dos anos, até que chegou ao Ocidente no século XX, adaptando-se à modernidade.

No século XX, Mao Tsé-Tung oficializou o ensino da Medicina Chinesa a nível universitário e a sua divulgação por toda a China, criando-se, assim, muitas universidades e hospitais para a prática da medicina chinesa, considerada, na altura, um recurso valioso e acessível para a saúde publica.

 

A TEORIA DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

 

Medicina Tradicional Chinesa
A MTC tem bases no Taoismo.

 

A prática da Medicina Tradicional Chinesa vem de uma visão única do mundo e do corpo humano, que é diferente de conceitos da medicina ocidental. Esta visão é baseada na percepção chinesa dos seres humanos como um microcosmo maior, em torno de um universo interligado com a natureza e sujeito às suas forças. O corpo humano é considerado uma entidade orgânica, em que os diferentes órgãos, tecidos e outras partes têm funções distintas, mas são todos interdependentes. Nesta visão, a saúde e a doença se relacionam para equilibrar as funções.

O quadro teórico da MTC tem uma série de componentes-chave:

  • Yin-Yang: teoria-conceito de dois opostos complementares – as forças que moldam o mundo e toda a vida. Princípio fundamental para a MTC.
  • Na visão da Medicina Tradicional Chinesa, existe uma energia vital chamada qi, que regula a saúde espiritual, emocional, mental e física de uma pessoa e é influenciada pelas forças opostas do Yin e do Yang. Circula no corpo através de um sistema de caminhos chamados meridianos. Saúde é um processo contínuo de manter o equilíbrio e harmonia na circulação do qi.
  • A abordagem da MTC utiliza oito princípios para analisar e categorizar os sintomas condições: frio / calor, interior / exterior, excesso / deficiência, e yin / yang (os princípios principais). A MTC também usa a teoria de cinco elementos da natureza – metal, fogo, terra, água e madeira – para explicar como funciona o corpo. Estes elementos correspondem a determinados órgãos e tecidos do corpo. Tais conceitos são documentados na Di Nei Jing Huang (Canon Interno do Imperador Amarelo), o texto da Medicina Chinesa clássica.

 

MÉTODOS DE TRATAMENTO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

 

Medicina Tradicional Chinesa
A Medicina Tradicional Chinesa conta com diversos recursos naturais.

 

Os métodos atualmente praticados são oito:

  • Fitoterapia chinesa (fármacos)
  • Acupuntura
  • Tuina ou Tui Ná (massagem e osteopatia chinesa)
  • Dietoterapia (terapia alimentar chinesa)
  • Auriculoterapia (tratamento pela orelha)
  • Moxabustão
  • Ventosaterapia
  • Práticas físicas (exercícios integrados de respiração e circulação de energia, e meditação como: Chi Kung, o Tai Chi Chuan e algumas artes marciais) consideradas métodos profiláticos para a manutenção da saúde ou formas de intervenção para recuperá-la.

O Diagnóstico na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é a herança deixada pelos antigos médicos chineses, que, através dos tempos, foram melhorando a anamnese, ultrapassando algumas dificuldades e legando o seu saber às gerações vindouras. O diagnóstico da Medicina Chinesa, embora aparentemente simples, é muito eficaz – as observações a serem feitas incluem observar, ouvir, cheirar, perguntar e tocar. Destacam-se no diagnóstico a observação da língua e o exame do pulso, práticas que demoraram alguns anos a serem completamente dominadas pelo especialista em MTC, mas que fornecem informações preciosas e exatas sobre a condição de saúde do paciente.

 

EXEMPLOS DE USOS DA MTC

Tanto a acupuntura e fitoterapia chinesa têm sido utilizadas para uma vasta gama de condições. Alguns exemplos são:

  • Dor nas costas
  • Náusea induzida pela quimioterapia
  • Depressão
  • Osteoartrite
  • Fitoterapia chinesa
  • Câncer
  • Doença cardíaca
  • Diabetes
  • HIV/AIDS

 

COMO DESFRUTAR DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

 

Medicina Tradicional Chinesa
Alguns instrumentos que compõem a Medicina Tradicional Chinesa.

 

  • Busque estudos e pesquisas publicados sobre a MTC e a condição de saúde que lhe interessa.
  • Se você está pensando em tentar remédios da MTC, é melhor usar estes produtos sob a supervisão de um profissional médico formado em medicina herbal do que tentar tratar-se.
  • Pergunte sobre a formação e a experiência do profissional MTC que você está considerando.
  • Não use MTC como um substituto para o tratamento convencional ou como um motivo para adiar ver um médico sobre um problema médico.
  • Se você estiver grávida ou amamentando, ou está pensando em usar MTC para tratar uma criança, você deve consultar o seu prestador de cuidados de saúde.
  • Diga a todos os seus prestadores de cuidados de saúde sobre quaisquer práticas alternativas e complementares que você usa. Dar-lhes uma imagem completa do que você faz para controlar sua saúde ajudará a garantir assistência coordenada e segura.

 

LEGADO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

Algumas Medicinas Orientais, tais como a medicina Tibetana ou Ayurvédica, têm origem muito antiga e o seu interesse é indiscutível. Embora sejam pouco praticadas no meio hospitalar e raras suas validações internas nos países de origem, a MTC, ainda que tão antiga e tradicional, evoluiu para se adaptar às necessidades do mundo moderno. É praticada em hospitais especializados ou mistos, que contam paralelamente com todos os serviços que se pode encontrar num hospital ocidental. Existem unidades de investigação científica que permitem experimentá-la e validá-la. Assim, por exemplo, nas Universidades Estatais de Medicina Chinesa, ensinam-se aos futuros médicos teorias e métodos fundamentais dos textos milenares, paralelamente às técnicas de investigação ou de cuidados clínicos procedentes da medicina moderna.

 

Medicina Tradicional Chinesa
A MTC foi adotada pelo serviço público de saúde no Brasil.

 

Por possibilitar inúmeras aplicações, a Medicina Chinesa é muito ampla, pois é praticada há muitos séculos no maior país do mundo, em termo demográfico. Isto confere-lhe uma experiência única; primeiro, empírica, e depois científica.

Finalmente, a Medicina Chinesa é um sistema completo e não uma simples técnica médica de aplicações limitadas, pois o campo da Medicina Chinesa é extremamente amplo: da farmacopeia à acupunctura, da dietética à cirurgia popular, das massagens à ginecologia, da medicina interna aos métodos de reanimação. De fato encontram-se praticamente as mesmas especialidades que na Medicina Ocidental, não obstante, numa compartimentação menos restrita e limitante devido a sua abordagem mais global da enfermidade e das suas causas. Isto permite afirmar que a Medicina Chinesa, como a Medicina Ocidental, possui experiência de um estatuto oficial, e, ao mesmo tempo, uma abordagem mais humanista e mais global do ser humano, da saúde e da enfermidade.

 

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Por Rafael Queiroz

Fontes: Medicina Chinesa PT, Práticas Alternativas, Youtube, Blogspot


Causas de doença segundo a Medicina Tradicional Chinesa


As causas de doença na Medicina Tradicional Chinesa são determinadas por uma série de fatores. Algumas dessas causas são consideradas externas, como nas seis influências nocivas: vento, frio, calor, secura, umidade e calor de verão. Outras causas são consideradas internas, como nas sete emoções: raiva, alegria, preocupação, pensamento obsessivo, tristeza, medo e choque. Outros fatores que atuam no desenvolvimento de doenças são dieta (em inglês), estilo de vida e acidentes. Quando o corpo está saudável, suas várias substâncias e energias estão em equilíbrio harmônico, tanto internamente quanto em relação ao ambiente externo. Quando essa vitalidade inata (qi verdadeiro) e as defesas imunológicas (wei qi) estão fortes, é difícil uma doença contraída externamente se desenvolver, especialmente se o agente patogênico invasor for fraco. Porém, um agente patogênico excepcionalmente forte pode vencer até mesmo uma pessoa saudável, especialmente se a pessoa estiver enfraquecida pelo estresse (em inglês), fadiga (em inglês), sobrecarga ou outros fatores relacionados ao estilo de vida. Por exemplo, uma pessoa com um sistema imunológico forte pode evitar contrair um resfriado (em inglês), mesmo se uma pessoa doente espirrar (em inglês) sobre ela. Porém, se ela ingerir um tubo de teste repleto do mesmo vírus, seu forte sistema imunológico não conseguirá combater um ataque tão violento. Por outro lado, uma pessoa com um wei qi muito fraco pode contrair qualquer agente patogênico que esteja ao seu redor devido às suas defesas excepcionalmente enfraquecidas. É por isso que idosos e crianças pequenas são mais sujeitas às epidemias de gripe. Essa interação entre o wei qi (também chamado de qi benigno) e os fatores patogênicos (qi nocivo) determina se uma pessoa adoece, como o corpo responde à doença, e quanto tempo leva a recuperação. Vá para a próxima página para aprender sobre as seis influências nocivas na Medicina Tradicional Chinesa. As seis influências nocivas, também conhecidas como os seis fatores patogênicos, seis excessos ou seis malignidades, são as causas de doença que freqüentemente se originam na parte externa do corpo. Elas são: vento, frio, umidade, secura e calor de verão. Ainda que a medicina ocidental reconheça apenas os vírus e bactérias como agentes patogênicos externos, os chineses observaram que o corpo reflete as condições climáticas. Apesar de um diagnóstico de "vento e frio invadindo os pulmões" possa soar primitivo, esse tipo de diagnóstico descreve precisamente a maneira como um certo tipo de fator patogênico se comporta dentro do corpo humano. Os sintomas do vento agem exatamente como o vento na natureza: eles vêm e vão, geralmente sem aviso prévio. Da mesma forma, os sintomas do frio agem como na natureza: eles causam contrações, desaceleram as funções, e fazem a pessoa sentir frio. O alto grau de eficácia no tratamento desse tipo de desordem (como com ervas que "repelem o vento e dissipam o frio") é a prova de que o diagnóstico é muito mais do que uma mera idéia filosófica. Apesar da medicina ocidental conseguir isolar o vírus que causa essa condição, ela ainda não tem uma maneira segura e eficaz de tratar do vírus, a não ser aliviando alguns dos sintomas que ele causa. Por outro lado, milhares de anos de tentativas e erros através da observação da natureza e do corpo humano levaram a inúmeros tratamentos eficazes na medicina chinesa para as infecções virais que se encaixam nesse padrão. Ao aprender e discutir os vários "climas" internos do corpo humano, é importante lembrar que eles nem sempre podem coincidir com o clima externo. É bastante comum uma pessoa desenvolver sintomas de frio e umidade em climas chuvosos e com vento, mas também é possível desenvolver sintomas de calor sob as mesmas condições climáticas. A doença é a combinação de uma patogenia particular envolvida e a resposta única de uma pessoa a ela. Também é possível que as influências nocivas surjam de causas internas. Nesse caso, geralmente elas resultam de um desequilíbrio interno crônico. As descrições das seis influências nocivas estão a seguir. Vá para a próxima página para aprender sobre o vento, a primeira influência nociva na Medicina Tradicional Chinesa. A influência nociva do vento é considerada a grande causa de doença nos padrões de desarmonia na Medicina Tradicional Chinesa. Ele se combina prontamente com outros agentes patogênicos, gerando síndromes conhecidas como vento-frio, vento-calor e vento-umidade. Esse fator patogênico possui as qualidades do vento na natureza, aparecendo sem aviso e mudando constantemente. Considerada uma forma yang de qi nocivo (um fator patogênico), ele geralmente ataca a parte superior do corpo, cabeça, garganta (em inglês) e olhos. O vento causa movimento, portanto ele geralmente está envolvido onde existem sintomas de convulsões, espasmos ou tremores. O órgão mais freqüentemente afetado pelo vento externo é o pulmão. O vento interno é mais comumente relacionado a um desequilíbrio do fígado. Síndromes do vento Vento-frio: nessa síndrome, a influência nociva do vento se combina com a do frio. A pessoa sente os seguintes sintomas: calafrios, febre (em inglês) – que é menos severa que os calafrios, ausência de sudorese (em inglês), cefaléia (em inglês), congestão nasal, e rigidez e dor nos ombros, região lombar, pescoço e área occipital (nuca). O frio faz os objetos se contraírem, e seus efeitos no corpo não são diferentes. Ele causa calafrios, e os tremores provocam o enrijecimento dos músculos. Ainda que os tremores possam não ocorrer, a pessoa tem dificuldade para se manter aquecida, mesmo quando vestida adequadamente para as condições. O vento-frio é tradicionalmente tratado com ervas quentes e diaforéticas (indutoras de suor) para dissipar o frio e repelir o vento. Vento-calor: causado por uma combinação de agentes patogênicos, essa síndrome é vista normalmente no resfriado comum (em inglês) ou gripe. A pessoa pode ter os seguintes sintomas: rosto vermelho, febre alta, dor de garganta, olhos vermelhos, língua vermelha e pulso rápido. O tratamento para a síndrome vento-calor inclui ervas que eliminam o calor e repelem o vento. Vento-umidade: a artrite (em inglês) é uma manifestação desse padrão. Como a umidade na natureza, que é persistente e requer tempo para ser erradicada, a influência patogênica da umidade é difícil de curar e leva algum tempo para ser resolvida. A influência do vento também faz a dor migrar de articulação para articulação, às vezes desaparecendo por um período somente para reaparecer sem aviso prévio. O tratamento dessa síndrome inclui ervas que drenam a umidade e melhoram a circulação do qi e sangue através das áreas afetadas. A terapia do moxabust&atil
de;o (aplicação de calor) é particularmente útil nessa situação. Vento-água: este é um ataque súbito de edema (sudorese devido à severa retenção de fluído), geralmente de alergias, envenenamento (em inglês) ou nefrite aguda (inflamação do rim). Ervas diaforéticas (indutoras de suor) ou diuréticas (produtores de urina) são usadas juntamente com acupuntura e moxabustão para tratar essa condição. As ervas ajudam o corpo a eliminar fluídos, e o moxabustão ajuda o corpo a metabolizar os fluídos e melhorar a circulação, e a acupuntura circula os fluídos estagnados e expele o fator patogênico. Vento-irritação: essa categoria inclui qualquer condição de pele que apareça subitamente. Como a umidade geralmente tem uma participação nessa condição, pode ser difícil de ser tratada. O tratamento pode incluir ervas que "dispersam o vento, eliminam o calor e drenam a umidade". Por exemplo, se a irritação (em inglês) é vermelha e gera queimação, ervas que eliminam o calor também são usadas. O controle da dieta é sempre uma parte essencial do tratamento. O café, em particular, deve ser evitado em condições de pele, já que ele aquece o sangue, aumentando ainda mais o vento. Fígado-vento movendo-se internamente: esta é uma condição interna do fígado que pode resultar de um desequilíbrio a longo prazo. Os padrões crônicos usuais são a deficiência de yin do fígado ou deficiência do sangue. Os sinais dessa condição são vários movimentos corpóreos anormais, como contrações, tremores, convulsões e espasmos. O fígado comanda o movimento suave do qi e do sangue no corpo assim como o movimento harmônico dentro do corpo. Um desequilíbrio no fígado prejudica essa função, produzindo movimento anormal, e a influência do vento estimula esse movimento em momentos imprevisíveis. Calor excessivo produzindo vento: se o calor é muito extremo, ele pode causar um colapso súbito, como o que ocorre em uma insolação (em inglês). Ele também pode causar convulsões súbitas, como aquelas que ocorrem em crianças com febre alta. Compare esse processo interno com o que ocorre na natureza quando a subida do ar quente causa rajadas de vento alto. Deficiência de sangue que leva ao vento: como o fígado armazena o sangue, uma deficiência de sangue afeta o fígado, levando ao vento. Essa condição pode produzir entorpecimento e cãibras. Quando o sangue é tonificado, esses sintomas desaparecem. O fator patogênico do frio é considerado um qi nocivo do yin. Sua natureza é diminuir o ritmo do movimento, causar tensão, contração, estagnação e prejudicar a circulação. Quando ele é um fator patogênico externo, o frio pode atacar a pele, músculos e pulmões. Quando é um fator patogênico interno, o frio pode prejudicar as funções normais do baço, estômago e rins. Vento-frio: conjuntamente com o fator patogênico do vento, o frio ataca o exterior do corpo e os pulmões, causando calafrios, falta de sudorese, cefaléia occipital (dor na base do crânio), dores na parte superior do corpo, tensão nos ombros e pescoço e nariz congestionado. A influência do vento faz os sintomas aparecerem subitamente e eles afetam a parte superior do corpo, enquanto que o frio faz os músculos se contraírem, causando rigidez e dor. As secreções nasais são claras: outro sinal de frio. O princípio do tratamento é repelir o vento e dispersar o frio com ervas diaforéticas quentes, acupuntura e moxabustão. Obstrução devido ao frio: tradicionalmente conhecido como dor (bloqueio) do frio, esta condição geralmente assume a forma de dores no corpo ou nas juntas, e são dissipadas com o aquecimento. O diagnóstico ocidental mais comum para esse padrão é a artrite (em inglês). Como a síndrome é causada pelo frio, a junta pode realmente parecer fria ao toque, e a dor geralmente piora em climas frios. O princípio do tratamento chinês é aumentar a circulação e aquecer os meridianos da acupuntura através dos quais o qi e o sangue circulam por meio do moxabustão, acupuntura e ervas. Ataque do frio ao baço e estômago: nessa desordem causada externamente, o frio causa sintomas digestivos como dor abdominal, vômito claro e diarréia líquida. Ainda que geralmente ele acompanhe um resfriado contraído externamente ou bactéria ou vírus estomacal (o que comumente chamamos de "resfriado" estomacal), essa síndrome também pode ser causada pela ingestão de alimentos gelados, como o sorvete. Frio congelando o meridiano do fígado: o meridiano do fígado passa através da área genital, e essa condição é uma manifestação de frio nesse meridiano. Os sintomas incluem dor testicular (em inglês) ou encolhimento testicular e dor de hérnia (em inglês). Moxabustão, acupuntura e ervas podem corrigir efetivamente esse desequilíbrio em pouco tempo. Deficiência de yang do baço: se uma pessoa tem uma deficiência subjacente do baço (deficiência em energia e calor necessários para digerir os alimentos), o frio pode prejudicar severamente a função digestiva. Os sintomas da deficiência de yang do baço incluem fezes aquosas com alimento não digerido, extremidades frias, edema e pulso lento. Quando uma pessoa com essa deficiência subjacente também é afetada por fatores patogênicos externos do frio, o desequilíbrio é especialmente difícil de eliminar. O tratamento primeiro expele o fator patogênico do frio. Depois ele tonifica o aspecto yang do baço e rins para gerar um aumento a longo prazo do metabolismo (em inglês) básico do corpo, ou sua habilidade de manter o calor necessário para a digestão adequada, o que é conhecido na Medicina Tradicional Chinesa como o fogo (metabólico) da porta da vida. A deficiência de yang do baço é tratada com moxabustão e ervas quentes que tonificam o yang do baço. Deficiência de yang do rim: como os rins são a fonte do fogo metabólico de yang para o corpo inteiro, uma deficiência de yang do rim pode tornar o indivíduo especialmente suscetível ao frio. Os sintomas de deficiência de yang do rim incluem a incapacidade de permanecer aquecido, extremidades frias, diminuição do impulso sexual, poliúria (urina freqüente), edema (retenção de fluído), e dores lombares. A deficiência de yang pode ser corrigida com aplicação a longo prazo de moxabustão e o consumo de ervas que tonificam o yang do rim, aumentando, assim, o fogo metabólico. O calor e a umidade, duas das seis influências nocivas na Medicina Tradicional Chinesa, têm efeitos opostos sobre o corpo. Enquanto o calor causa o aumento de atividade, a umidade leva estagnação ao sistema. Cada uma dessas influências tem seu próprio conjunto de síndromes associadas com seus efeitos. Calor O calor, ou fogo, é uma influê
ncia nociva do yang. Como na natureza, o calor causa a expansão e o aumento de atividade. Quando em desequilíbrio, o calor leva à irritabilidade, febre e condições inflamatórias. Por sua natureza, o calor sobe, aparecendo na forma de rosto e olhos vermelhos, dor de garganta (em inglês) e vertigem (em inglês). Se o calor afetar o coração ou o fígado, isso pode resultar em raiva. O calor tende a afetar os fluídos do corpo, levando à sede, constipação (em inglês) e urina escura. Como ele pode produzir vento, o calor pode levar a espasmos. Síndromes do calor Vento-calor: essa condição bastante comum aparece principalmente na forma de resfriados comuns e gripes. O vento se combina com o calor para produzir sintomas de febre (em inglês), dor de garganta, sede, cefaléia (em inglês), sudorese, pulso rápido e, às vezes, ponta da língua vermelha. O princípio do tratamento é repelir o vento e eliminar o calor com acupuntura e fórmulas herbárias. Calor excessivo nos órgãos: os sintomas dessa condição de excesso de yang geralmente são: irritabilidade, sede, garganta seca, urina concentrada (escura ou espumosa), constipação, língua vermelha com saburra amarelada, e pulso cheio e rápido. Outros sintomas dependem do órgão afetado. Por exemplo, o fogo do coração produz distúrbios emocionais severos. O fogo do estômago pode causar úlceras bucais (em inglês). O fogo do fígado pode gerar raiva extrema. O fogo dos pulmões pode produzir um acúmulo de muco amarelado nos pulmões. Em todos os casos, o tratamento é eliminar o calor excessivo com ervas e a manipulação de pontos de acupuntura que têm afinidade com o órgão afetado. Calor deficiente: esta síndrome é causada por uma deficiência no aspecto yin, refrigerante, de um órgão, e o desequilíbrio resultante faz o calor aflorar. Os sintomas gerais de calor deficiente são bochechas vermelhas, sudorese noturna, irritabilidade, infamação crônica, língua vermelha sem saburra e pulso fino e rápido. Outros sintomas dependem do órgão afetado. Quando os rins apresentam calor deficiente, infecções crônicas do trato urinário podem ocorrer. O calor deficiente nos pulmões – que pode ser ocasionado pela fumaça (em inglês) do cigarro – pode levar a uma tosse (em inglês) seca crônica e o calor da deficiência de yin do coração pode causar insônia. Umidade Na natureza, a umidade penetra o solo e tudo o que entra em contato com ele, e isso resulta em estagnação. Quando algo se torna úmido, ele pode levar um longo tempo para secar novamente, especialmente nos climas úmidos. A influência da umidade patogênica do yin tem qualidades similares: ela é persistente e pesada, e isso pode ser difícil de resolver. Uma pessoa que passa muito tempo sob a chuva, vive em um ambiente úmido, ou dorme no chão pode ser suscetível à umidade externa. Da mesma forma, uma pessoa que ingere grandes quantidades de sorvete, alimentos e bebidas gelados, alimentos gordurosos e doces, está propensa a desequilíbrios da umidade interna. A umidade tem ambos os aspectos: tangíveis e intangíveis. A umidade tangível inclui fleuma, edema (retenção de fluídos) e secreções. A umidade intangível inclui os sentimento subjetivos de abatimento e vertigem de uma pessoa. Pulso "escorregadio" e saburra gordurosa na língua geralmente acompanham ambos os tipos de umidade. Em geral, os sintomas de umidade no corpo incluem a retenção de água, sudorese, sensação de peso, tosse ou vômito de fleuma, e pele com erupções que purgam ou apresentam crostas, como eczemas (em inglês). Como a umidade é pesada, ela tende a afundar e afetar as partes inferiores do corpo: uma pessoa pode ter a sensação de afundamento ou peso, e inchaços nas pernas com freqüência. Essas características são opostas às do vento, que tende a afetar a parte superior do corpo. Quando a umidade se combina com o calor, a condição de umidade-calor se desenvolve, o que pode causar sintomas como urina escura e espumosa, fezes fétidas e pegajosas, secreções vaginais amarelas e icterícia (em inglês). Síndromes da umidade Vento-umidade: essa forma de resfriado comum (em inglês) é caracterizada por calafrios, cefaléia, febre noturna, náusea e diarréia (em inglês). Uma pessoa pode descrever a sensação como se uma toalha úmida estivesse enrolada em sua cabeça. O tratamento inclui moxabustão e ervas aromáticas que repelem o vento e drenam a umidade. Dores nas juntas de vento-umidade: essa condição é caracterizada por uma dor pesada e entorpecimento que podem persistir em certas juntas. A dor reumática que piora com clima úmido é um bom exemplo desse tipo de desequilíbrio. A condição tende a ser crônica e resistente a tratamento. O tratamento com acupuntura e moxabustão pode aliviar a rigidez e a dor. As ervas que eliminam o vento-umidade, como galhos de amora (sang zhi) e gravetos de canela (em inglês) – gui zhi, são usadas para diminuir o inchaço e melhorar a circulação, seguindo o princípio chinês de usar "galhos (membros de árvore) para tratar ramificações (membros do corpo)". Umidade e toxinas na pele: esta condição inclui qualquer inflamação da pele que também tenha uma natureza úmida e vertente, como eczemas, úlceras de pele e reações alérgicas que produzam uma secreção (erupções da pele que purgam ou apresentam crostas). As ervas são usadas tanto internamente quanto na forma de cataplasmas tópicos. Umidade interna: geralmente devido a um desequilíbrio no baço, os sintomas da umidade interna incluem inchaço (em inglês), diarréia, falta de apetite, alimento não-digerido no intestino, fadiga e possível edema na área abdominal. Quando uma pessoa tosse muco logo após ingerir sorvete, isso demonstra que um baço frio produz umidade. Como a umidade excessiva no baço é armazenada nos pulmões, um baço úmido geralmente pode levar a freqüentes resfriados e alergias. O tratamento da umidade interna se concentra na eliminação da umidade com ervas diuréticas e na ativação do baço com ervas tonificantes. Secura e calor do verão, as últimas influências nocivas na Medicina Tradicional Chinesa: ambos têm efeitos prejudiciais sobre os líquidos corpóreos. As síndromes associadas incluem constipação (em inglês), sede (em inglês), dores de cabeça (em inglês) e sudorese excessiva. Secura A secura é uma influência nociva do yang. Ela está associada com a estação do outono, devido à falta de umidade na maioria das áreas nesse período do ano. Sua influência no corpo é a secura e a adstringência. Ela pode facilmente esgotar os fluídos do corpo, causando constipação, tosse (em inglês) seca, urina concentrada, secura na garganta e nariz, sede e pele seca. A secura geralment
e entra no corpo através do nariz e da boca, afetando rapidamente os pulmões. Síndromes da secura quente externa: esta síndrome é vista tradicionalmente quando o calor restante do verão se une à secura do outono para atacar o corpo. Os sintomas incluem febre (em inglês), cefaléia, sede, boca seca, nariz seco, olhos secos, tosse seca com muco escasso, língua vermelha e pulso rápido. O tratamento envolve o uso de ervas umidificantes combinadas com ervas que repelem o vento. As pêras (em inglês) são consideradas alimentos curativos para a condição de secura, pois elas são muito úmidas e estão prontamente disponíveis na estação do outono. Secura fria externa: tradicionalmente considerada uma doença do final do outono, ela apresenta os seguintes sintomas: calafrios, febre leve, ausência de sudorese, tosse seca, congestão nasal, garganta seca e coçando, e pulso fino e flutuante. O tratamento é muito similar ao aplicado para a friagem de vento, com o acréscimo de algumas ervas umidificantes. Secura interna: em sua condição crônica, os fluídos do corpo se esgotam com o tempo. Ela pode ser tanto o resultado quanto a causa do yin ou da deficiência do sangue, e é mais comumente observada em idosos. Em sua forma mais aguda, a secura interna pode resultar do esgotamento dos fluídos corpóreos devido a sudorese, vômito, diarréia (em inglês) ou sangramento. O calor interno ou externo prolongado geralmente tem um efeito duradouro prejudicial sobre os fluídos do corpo, esgotando-os. Os sintomas típicos da secura interna são pele seca e coçando, sede, constipação e uma escassez crônica dos fluídos do corpo. O tratamento depende do órgão particular e da substância vital afetados pelo desequilíbrio. Tônicos yin ou sanguíneos geralmente são usados juntamente com ervas que ajudam o corpo a reter os fluídos. Calor de verão O calor de verão é uma influência nociva do yang que geralmente ocorre no calor e umidade do verão. Ele é "ascendente e alastrador", o que significa que afeta a cabeça, causa sede, rosto vermelho e cefaléia e faz a pessoa se deitar com os membros abertos. A sudorese excessiva também leva à urina escura, concentrada, e o esgotamento do yin do corpo pode ocorrer. O calor extremo também afeta o coração, o que leva à agitação ou mesmo ao coma em casos severos como a insolação (em inglês). Quando o calor de verão se combina com a umidade do clima e o consumo excessivo de bebidas adocicadas, como os refrigerantes (em inglês), o baço também é afetado. Isso leva à perda de apetite, náusea (em inglês), vômito, diarréia e fadiga. O tratamento do calor de verão é complexo e depende dos órgãos e fatores patogênicos adicionais envolvidos. Geralmente, as ervas usadas são aquelas que eliminam o calor excessivo do interior do corpo juntamente com ervas que umedecem o interior. Dois alimentos comuns que são muito eficazes no tratamento desses sintomas são o melão (em inglês) – xi gua, e o feijão-mungo – lu dou. Também existe um ponto atrás do joelho associado com a eliminação do calor: manter um pedaço de gelo atrás dos joelhos ajuda o corpo a se resfriar rapidamente. Quando distúrbios digestivos ocorrem devido à combinação de umidade e calor de verão, as ervas refrigerantes são combinadas com ervas que eliminam a umidade túrbida, como o patchouli (em inglês) – huo xiang. 

Reprodução: saude.hsw.uol.com.br

ACUPUNTURA

você, certamente, já ouviu falar de acupuntura, não é mesmo? Pois hoje a China Vistos vai dedicar este artigo para falar sobre a acupuntura, um dos maiores legados que a civilização chinesa deixou para a humanidade. Saiba mais abaixo!

 

acupuntura

 

ACUPUNTURA NA TEORIA E NA PRÁTICA

A acupuntura é uma das terapias milenares que compõem a medicina tradicional chinesa, assim como a Moxa, a fitoterapia chinesa e o Tai Chi Chuan (todas com base na filosofia Taoista). Acredita-se que a energia chamada de Ki, que vem do céu (Yang) e da terra (Yin), circula por todo o corpo e que, por algum motivo, tais energias se desequilibram, causando doenças. O objetivo da acupuntura é, desse modo, manter o equilíbrio ou reequilibrar essas energias desreguladas, garantindo, assim, a saúde.

A acupuntura não atua somente em problemas musculares ou fisioterápicos. Ela atua em muito outros tipos de patologias e desequilíbrios, além de prevenir múltiplas doenças. No entanto, se o grau de uma doença estiver avançado demais, sua cura pode se tornar mais difícil.

 

acupuntura

 

A acupuntura é um dos mais antigos sistemas de cura e manutenção da saúde e em breve será o método mais utilizado no futuro do Brasil e do mundo. Para o leigo tal afirmativa pode parecer leviana, mas não é. Baseada em pontos e meridianos que percorrem o corpo inteiro, a acupuntura procura estimular adequadamente tais pontos e reequilibrá-los.

A acupuntura é muito eficiente na cura dos pacientes sem qualquer tipo de efeito colateral ou técnica invasiva. Isso sem contar que a acupuntura pode ser associada a qualquer outro tipo de tratamento médico, seja ele homeopático, alopático, fitoterápico etc., ampliando sobremaneira seus efeitos.

A prática da acupuntura consiste na aplicação de microagulhas em pontos estrategicamente específicos do corpo humano. Os pontos, como você verá adiante, são determinados por conhecimentos tradicionais e pela filosofia taoista. Essas agulhas (às vezes acompanhadas de substâncias medicinais naturais) são capazes de manipular a fluidez da energia dentro do corpo do paciente, trazendo resultados efetivos.

 

HISTÓRIA DA ACUPUNTURA

Embora tenha sido introduzida no Brasil no final do século passado por imigrantes orientais, a prática existe há cerca de 5 mil anos – mais que o dobro da idade da Bíblia (3 mil anos antes de Cristo – , e, inicialmente, ficou restrita àqueles estrangeiros.

 

acupuntura

 

O desenvolvimento da acupuntura foi incentivado por imperadores de dinastias chinesas durante os tempos pré-modernos. Essa “arte” da medicina tradicional chinesa se expandiu da China para outros países da Ásia, depois foi levada à Europa por missionários, e, apenas no século passado, ganhou notoriedade na América.

A acupuntura somente foi aplicada para o uso geral no Brasil no início da década de 50, quando o professor Frederico Spaeth, fisioterapeuta e massoterapeuta, introduziu-a oficialmente no país. Além disso, Spaeth iniciou o ensino irrestrito aos profissionais de saúde ao ministrar o primeiro Curso de Formação em Acupuntura em 1958. Em 1961, os doutores Ermelino Pugliesi e Ary Telles Cordeiro, juntamente com o professor Spaeth, fundaram o Instituto Brasileiro de Acupuntura – IBRA, a primeira clínica institucional de acupuntura no país, a qual, com a participação posterior do Dr. Evaldo Martins Leite, Aguinaldo Sampaio de Almeida Prado e Ruy Cesar Cordeiro, constituiu-se como o núcleo da primeira diretoria da Associação Brasileira de Acupuntura – ABA.

Em 1972, a acupuntura viveu grande impulso em nível mundial, quando o então presidente norte americano, Richard Nixon, e uma grande comitiva norte-americana estiveram na China para realizar uma sólida política de aproximação diplomática e comercial entre os dois países. Hoje a prática existe no mundo inteiro e é crescente sua procura, principalmente diante da sua eficácia, rapidez e busca do equilíbrio bio-psíquico dos pacientes.

Em 2010 a UNESCO declarou a acupuntura como patrimônio cultural e imaterial da humanidade.

 

A BASE TAOISTA DA ACUPUNTURA

Como sabemos, a acupuntura está fortemente relacionada com a filosofia taoista (ou daoista). No taoismo, o homem é compreendido como um ser integrado e, por isso, não pode ser estudado separadamente ou em partes ou isolado. Tudo que está nele se relaciona: seu conjunto psicofisiológico, seus pensamentos, seus sentimentos, etc., se relacionam e evoluem paralela e constantemente.

 

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Retomando os já citados conceitos de Yin e Yang (nos quais a acupuntura se baseia), que são, em resumo, energias que emanam respectivamente da terra e do céu, e que influem sobre o ser, variam de acordo com a estação do ano e a região (o espaço e o tempo) onde a pessoa se encontra. Essas duas energias são, entretanto, complementares. Elas jamais podem existir individualmente. Se não existisse a terra, não existiria o céu. E ambas estão em toda a natureza.

Aplicando esses conceitos filosóficos à acupuntura, considerando, por exemplo, as costas e a lateral externa do corpo devem ser Yang, enquanto o tronco e o abdômen devem ser Yin. Outro exemplo são os órgãos sólidos, que são Yin, e as vísceras ocas, que são Yang. Em geral, quanto mais externo e perto da pele, mais Yang é uma região do corpo humano, e, quanto mais interno, mais Yin uma área deve ser. Sendo assim, a medula óssea, que fica no interior do osso, é o elemento mais Yin do corpo. Nada, no entanto, é totalmente Yin, nem Yang. As variações e alternâncias enérgicas criam cinco movimentos ou potências (chamados, hoje, de “cinco elementos”): madeira, fogo, terra, metal e água. Todas as coisas que existem, segundo a teoria dos cinco elementos, são baseadas nesses cinco elementos. O homem, desse modo, também é formado pelos cinco elementos.

 

Cada elemento tem órgãos correspondentes a si:

  • Madeira: fígado (Yin), vesícula biliar (Yang) e músculos;
  • Fogo: coração (Yin), intestino delgado (Yang) e vasos sanguíneos;
  • Terra: baço/pâncreas (Yin), estômago (Yang) carne e derme;
  • Metal: pulmão (Yin), intestino grosso (Yang) e pelos;
  • Água: rins (Yin), bexiga (Yang) e ossos.

Os órgãos, na medicina chinesa, não são entendidos de forma mecânica como na medicina ocidental. Na medicina chinesa, cada órgão é complexo, dinâmico e tem mais de uma função, além de ter funções espirituais e emocionais:

  • Fígado: Alma Imortal e Ira;
  • Coração: “Shen” (Deus, Alma Superior, Divindade, Consciência e Mente) e Alegria;
  • Baço/Pâncreas: Pensamento e Obsessão/Preocupação;
  • Pulmão: Espírito Mortal e Tristeza;
  • Rins: Vontade e Medo.

As múltiplas funções e interações entre órgãos e vísceras garantem o equilíbrio e a manutenção da vida em muitos níveis. O pentagrama dos cinco elementos ilustra essas interações que formam o chamado Ciclo de Produção e Controle.

 

acupuntura
O pentagrama dos cinco elementos ilustra a base filosófica da acupuntura.

 

A leitura do Pentagrama é a seguinte:

  • Os Rins (Vontade e Medo) dão energia ao Fígado (Alma Imortal e Ira), enquanto o Pulmão (Espírito Mortal e Tristeza) regula a energia do Fígado para que não haja excesso;
  • O Fígado dá energia ao Coração (“Shen” e Alegria), enquanto é regulado pelos Rins (Vontade e Medo);
  • O Coração dá energia ao Baço/Pâncreas (Pensamento e Obsessão/Preocupação), enquanto é regulado pelo Fígado;
  • O Baço/Pâncreas dá energia ao Pulmão, enquanto é regulado pelo Coração;
  • O Pulmão dá energia aos Rins, enquanto são regulados pelo Baço/Pâncreas.

De forma mais concreta, se um órgão sofre debilidade, ele coloca em xeque outro órgão que está relacionado a ele (e que depende dele), deixando de fornecer a energia que antes fornecia. Do mesmo modo, as emoções e os elementos abstratos, que correspondem aos órgãos, também são interdependentes. Então, pode-se concluir que a teoria estabelece que todos os órgãos e sentimentos têm uma interdependência e constituem um sistema. Essa teoria foi intitulada de Regra Mãe-Filho.

 

Os postulados da Regra Mãe-Filho são:

  1. Quando mãe e filho estão insuficientes, dê energia à mãe e ela dará ao filho;
  2. Quando mãe e filho estão em excesso, tire energia do filho e ele tirará da mãe.

Então, tanto problemas físicos como psicológicos são interdependentes e, solucionando um, soluciona-se outros.

Exemplos: um problema psicológico pode acarretar mais de um problema físico, a solução de um problema físico pode curar problemas psicológicos, a cura de um problema físico cura outros problemas físicos e a cura de um patologia psicológica também cura outros problemas psicológicos. A terapia com acupuntura é, então, dinâmica e ampla.

Os chamados Pontos Shu Antigos (ou Meridianos) são, assim, regiões do corpo humano onde microagulhas (que caracterizam a prática do tratamento com acupuntura) devem ser aplicadas para manipular a fluidez ou regulamentação da energia dentro do corpo humano. Esses pontos, ligados aos órgãos, como já vimos anteriormente, estão todos interconectados, trazendo efeitos múltiplos ao tratamento. Segundo a teoria da acupuntura, não há região alguma no corpo humano sem fluídos energéticos.

Levando em conta o conceito dos Pontos Shu Antigos, a acupuntura funciona, na prática, da seguinte forma: quando o corpo de um paciente recebe a aplicação de uma microagulha em determinada região, a mensagem da “picada” chega ao cérebro. O cérebro, por sua vez, para reparar a micro-lesão causada na região, libera substâncias analgésicas e relaxantes (como a serotonina). Além disso, há um aumento de irrigação sanguínea no local por conta do contato com o metal da agulha, que dilata o vaso, e, então, o sistema linfático também é estimulado e seus vasos também se dilatam, facilitando a drenagem de informações.

 

DIAGNÓSTICO DA ACUPUNTURA

O diagnóstico consiste primeiro em quatro etapas analíticas: ver, interrogar, escutar e apalpar. Depois, a análise é feita com oito princípios para identificar o tipo de doença: se ela é Yin ou Yang, interna ou externa, se vem do frio ou do calor, ou se vem do excesso ou falta de energia (vazio ou plenitude).

A acupuntura acredita que cada parte do corpo diz tudo sobre o corpo todo. Assim, microssistemas foram estudados e desenvolvidos para facilitar o diagnóstico. O mais tradicional é o estudo do pulso. Há três regiões de medida em cada pulso, até três unidades de medida em cada região e cada um deles corresponde a um órgão ou víscera, podendo, assim, determinar muitos desequilíbrios. Assim, se a região correspondente ao fígado estiver batendo mais forte que os demais, isso significa que a energia do fígado está em excesso e, então, deve ser regulada pelo pulmão e/ou os rins devem passar menos energia para ele.

Os outros microssistemas (menos tradicionais) são a língua e a orelha. A língua e a orelha também podem mostrar como está o funcionamento dos órgãos e vísceras. Didaticamente, costuma-se relacionar a orelha com o feto em formação de cabeça para baixo, pois as pernas dele correspondem com a região superior da orelha, que também diz respeito ao funcionamento dos órgãos inferiores do corpo e, do mesmo modo, a cabeça do feto corresponde à parte inferior da orelha e à cabeça da pessoa adulta.

 

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Por Rafael Queiroz Alves

Fontes: ABA Acupuntura, Conhecimentos da Humanidade, Youtube

Fonte:https://chinavistos.com.br/medicina-tradicional-chinesa/


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