Estratégias homeopáticas: a Liga Homeopática do Rio Grande do Sul
nos anos 1940-1950
Homeopathic strategies: the Homeopathic
League of Rio Grande do Sul in the 1940s and 1950s
Beatriz Teixeira Weber
Professora do Departamento de História/Universidade Federal de
Santa Maria. Campus Universitário de Camobi. Departamento de História. Prédio
74/s. 210, 97105-900 - Santa Maria - RS. beatriztweber@gmail.com
RESUMO
Após 1930, vários espaços foram usados pelos homeopatas para
divulgação de sua proposta, apesar de o período ser considerado de declínio de
sua inserção acadêmica. É o caso das atividades desenvolvidas pela Liga
Homeopática do Rio Grande do Sul, fundada em 1941, que publicou uma revista até
os anos 1970, fundou três dispensários para atendimento gratuito da população
em Porto Alegre e manteve atuante um grupo de homeopatas, inserido na discussão
política que procurava difundir e ampliar a prática homeopática. A análise
do Boletim de Homeopatia, editado pela Liga, permite considerar as
estratégias de inserção dos homeopatas na capital do Rio Grande do Sul.
Palavras-chave: história da homeopatia; Liga
Homeopática; divulgação; boletim homeopático; Brasil.
ABSTRACT
Although
the period following 1930 has been considered an era in which homeopathy lost
ground within academia, homeopaths nevertheless were advocating for their
proposals in a variety of spaces. One such instance was represented by the
Homeopathic League of Rio Grande do Sul, founded in 1941, which published a
journal until the 1970s, set up three free dispensaries to serve the population
in Porto Alegre, and played an active role in political discussions through a
group of homeopaths who endeavored to disseminate and expand homeopathic
practice. An analysis of the League's Boletim de Homeopatia provides
insight into homeopaths' strategies for expanding their role in Porto Alegre,
capital of Rio Grande do Sul.
Keywords: history of homeopathy; Homeopathic
League; dissemination; homeopathic bulletin; Brazil.
A bibliografia referente à homeopatia no Brasil considera que o
período posterior a 1930 é de declínio acadêmico até a década de 1970, quando
ocorre sua retomada, com reconhecimento social, até 1990. A partir dos anos
1930, observa-se expansão das grandes indústrias farmacêuticas e do modelo de
atenção médico-hospitalar, o que, provavelmente, diminuiu a inserção social que
a homeopatia detinha (Luz, 1996, p.39-45, 217-334).
Apesar do declínio acadêmico, outras atividades de organização
foram muito importantes na divulgação da homeopatia no Brasil no início do
século XX. A primeira edição do Congresso Brasileiro de Homeopatia ocorreu em
1926, no Rio de Janeiro, reunindo muitos trabalhos (Meirelles, 1991, p.9).
Nessa época o Brasil era considerado o principal país do continente americano
em que se desenvolviam os ensinamentos e a prática da doutrina hahnemanniana.
Nos anos 1920, a homeopatia despontava como ameaça à alopatia que, por sua vez,
se empenhava em desacreditar a teoria homeopática, dizendo-a um apanhado de
hipóteses sem fundamentação científica e uma terapêutica sem efeito (Bertolli
Filho, 1988, p.5). Houve nessa década um sensível avanço de atividades
políticas e práticas diversificadas - questionamento da proposta republicana,
que não atendera aos interesses da população -, resultando na Revolução de
1930. Várias dessas propostas ameaçaram a ordem vigente, como, por exemplo, a
homeopatia e, para citar apenas movimentos ligados a práticas religiosas, a
expansão do espiritismo, o surgimento da umbanda, o movimento unionista da
Igreja católica. Dadas a constatação das desigualdades e a manutenção das
diferenças após a Abolição e a República, configurando uma 'modernização sem
mudanças', vários grupos se anteciparam às esperadas respostas oficiais do Estado
e constituíram estratégias de defesa de suas crenças e tradições. O catolicismo
deixa de ser a religião oficial e, ao longo do século XIX, desagrega-se
progressivamente - reforça-se assim a proliferação de ampla diversidade de
outras práticas (Gertz, 2002, p.89-123).
A alopatia preocupou-se em ser porta-voz das diretrizes do Estado
varguista, fruto da Revolução de 1930, propondo-se normatizar e responsabilizar
os indivíduos por seus próprios males, o que constituiu parcela do 'projeto
nacional' autoritário, com base em postura eugenista (Bertolli Filho, 1988,
p.5, 12). Visando impor-se ao poder do Estado, os homeopatas optaram pela
organização da categoria, criando associações de âmbito regional e promovendo
encontros de caráter nacional, empenhados em institucionalizar a homeopatia e
apresentá-la como alternativa à alopatia. A principal preocupação dos
homeopatas foi fazer frente à avalancha autoritária que procurava
possibilidades para a 'unificação' nacional.
Em 1932 foi criada a Liga Homeopática Brasileira, que teve duração
efêmera, e, em 1936, a Associação Paulista de Homeopatia (Bertolli Filho, 1988,
p.5; Meirelles, 1991, p.9). Em 1945, com a finalidade de estimular a divulgação
dos princípios homeopáticos no Brasil, foi fundada a Federação Brasileira de
Homeopatia, com sede no Rio de Janeiro.
Antes disso, porém, em 17 de abril de 1941, no Rio Grande do Sul,
foi fundada oficialmente a Liga Homeopática do estado - objeto deste artigo -,
iniciativa do doutor David Castro, nascido em Recife em 1915, formado em
medicina na Bahia e em homeopatia no Rio de Janeiro, que se instalara no Rio
Grande do Sul por recomendação do doutor José Emygdio Galhardo. A diretoria
provisória então nomeada assim se compunha: presidente, doutor Sabino Menna
Barreto; vice-presidente, doutor Alfredo Ludwig; primeiro tesoureiro, Luiz G.
Klein; orador, doutor Souza Lobo; e diretor de propaganda, doutor David Castro,
que permaneceu no cargo até maio de 1955, quando se transferiu para o Rio de
Janeiro (Martins, s.d.).
O órgão oficial dessa Liga foi o Boletim de Homeopatia,
publicado regularmente de 1941 a 1963, totalizando 186 números. Segundo o
material de divulgação atual da Liga, em 1944 passou a chamar-se Revista
de Homeopatia (Figura
1). Este texto analisa a proposta de divulgação da homeopatia de 1941 a
1955, através das atividades da Liga, e, principalmente, do material publicado
em seu órgão oficial. O recorte refere-se ao período em que David Castro atuou
como seu diretor de divulgação.
As fontes utilizadas foram localizadas sobretudo na Biblioteca do
Instituto Hahnemanniano do Brasil, no Rio de Janeiro, que abriga coleção
praticamente completa do Boletim/Revista de Homeopatia. Os números
que ali faltam foram consultados na coleção da Liga Homeopática do Rio Grande
do Sul, que possui exemplares de todas as edições. Na avaliação da proposta
consideram-se os limites próprios a um órgão de divulgação oficial editado
pelos proponentes; o principal objetivo é analisar as estratégias que em suas
páginas eles defenderam.
Além da descrição das atividades da Liga1,
o texto analisa os discursos de defesa da prática homeopática proferidos
principalmente por David Castro, como estratégia para a ampliação das
atividades homeopáticas no Brasil, mas de modo especial no Rio Grande do Sul.
A Liga Homeopática do Rio Grande do Sul
A proposta da Liga no Rio Grande do Sul era divulgar os princípios
da homeopatia através de várias atividades, congregando seus adeptos. Os
membros que assumiram a diretoria da Liga, em substituição aos nomeados em
caráter provisório, mantiveram-se como responsáveis pela instituição durante
longo período. O diretor passou a ser o desembargador Nésio de Almeida, tendo
como vice José de Oliveira Freitas. Incansáveis defensores da proposta, os
mesmos indivíduos realizavam as atividades de divulgação em várias instâncias.
O Boletim de Homeopatia publicava regularmente lista de todos
os envolvidos na contracapa, incluindo um conselho deliberativo com 11 membros,
sócios honorários e sócios benfeitores, como os Irmãos Bernardi & Cia., que
doaram o terreno para a construção do primeiro dispensário; a Rádio Sociedade
Farroupilha, que criou programa de rádio semanal sobre homeopatia; e o Diário
de Notícias, jornal de Porto Alegre, que manteve coluna semanal intitulada
"Pílula Homeopática", em que se divulgavam frases ou casos de pessoas
que se aproximaram da homeopatia ou com seus recursos se curaram; essas
matérias eram em parte reproduzidas pela Rádio Farroupilha. Havia também os
sócios cooperadores, como Luiz G. Klein & Cia., que doavam parte da
medicação utilizada pelos dispensários e patrocinavam as palestras
radiofônicas, Arthur Basbaum, Laboratório de Homeopatia Dr. Alberto Seabra
Ltda. e a Farmácia e Laboratório Homeopático Ltda. A partir do segundo número
do Boletim, aparece na contracapa relação nominal dos sócios da
Liga, que em 1942 eram 126. A estratégia visando angariar apoio para a
homeopatia e divulgar sua proposta era bastante importante não só pelo aspecto
quantitativo, mas também pela notória autoridade de numerosos adeptos.
A partir da doação de terreno na avenida Assis Brasil (Passo da
Mangueira) pelos irmãos Bernardi, iniciou-se a construção do primeiro
dispensário homeopático - cuja proposta era oferecer consultas gratuitas - com
doações da Caixa Econômica do Rio Grande do Sul, Banco da Província, Banco do
Rio Grande do Sul, Banco do Comércio e das Lojas Brasileiras S.A.; o maior
montante, entretanto, consistiu de empréstimo da Caixa Econômica Federal, a ser
pago em sessenta prestações. Todos os dados são minuciosamente descritos
no Boletim, procurando mostrar transparência no acesso aos recursos
e em seu uso, e divulgando as informações financeiras dos dispensários e da
Liga. A distribuição do primeiro número do Boletim foi feita
durante a inauguração do primeiro dispensário, em 7 de novembro de 1942,
transmitida pela Rádio Farroupilha. Todos esses procedimentos são descritos no
segundo número do Boletim, agradecendo também aos doadores
voluntários que se sensibilizaram com a proposta de atendimento do dispensário,
incluindo os que colaboraram com pequenos valores, com 1.800 tijolos e com a
placa comemorativa colocada à frente do prédio.
A Liga manteve outros dois dispensários homeopáticos com
atendimento gratuito, um na rua Sertório (bairro Navegantes), em terreno doado
pelo dono das indústrias A.J. Renner, inaugurado em 14 de outubro de 1945, e
outro na avenida Getúlio Vargas (bairro Menino Deus), inaugurado em 2 de maio
de 1952, local em que hoje se situa a sede da Liga. Esses dispensários, que em
1977 ainda funcionavam (Boletim..., 1977), atendiam regularmente considerável
número de pessoas, conforme os dados apresentados pela revista. Em 1948, por
exemplo, os dois dispensários então existentes (Boletim..., 1949) receberam
5.456 pessoas, sendo 3.259 crianças e 2.197 adultos. Cabe observar que a
população de Porto Alegre, em 1950, era de 394.151 habitantes, 321.907 dos
quais na área urbana (FEE, 1981).
A atividade dos dispensários era a principal propaganda prática da
Liga. Todos os dispensários foram considerados de utilidade pública pelos
governos municipal, estadual e federal. Na exposição dos motivos que justificam
a adoção desses órgãos como de utilidade pública, todos os pareceristas
destacam os relevantes serviços prestados à ciência e à sociedade pela Liga e
pelos dispensários, ressaltando elogios ao atendimento e, especialmente, à
figura do doutor David Castro. Por isso, receberam auxílio em dinheiro do
governo do estado para a manutenção das atividades, em 1951 e 1952, e em 1954
da Prefeitura de Porto Alegre, que também doou o terreno para a construção do
terceiro dispensário. Todos esses apoios e o respaldo das várias instituições
estaduais indicam que conseguiram destacar a importância de suas atividades,
tendo sido, portanto, eficientes as estratégias adotadas.
Uma das principais estratégias consistiu em palestras radiofônicas
semanais na Rádio Farroupilha, desde junho de 1941. Patrocinadas por Luiz G.
Klein & Cia. e proferidas por David Castro, abordavam diversos assuntos que
incluíam esclarecimentos sobre os princípios da homeopatia, demonstrando qual
seria seu papel como medicina de real valor, humana e do futuro (Boletim...,
1950, p.17). A partir de outubro daquele ano a Rádio Farroupilha também
transmitia - às quintas-feiras, de 19:45h em diante - a
leitura de "Pílulas Homeopáticas", texto publicado aos domingos no
jornal Diário de Notícias; na mídia escrita havia, além dessa, a
"Coluna Homeopática" de propaganda quinzenal, aos domingos, no
jornal Correio do Povo, patrocinada igualmente pela empresa Luiz G.
Klein & Cia.
Segundo Bertolli Filho (1988, p.5), a estratégia de divulgação dos
princípios de Hahnemann através de conferências e palestras transmitidas por
rádio foi usada na década de 1930 pelos homeopatas em São Paulo e no Rio de
Janeiro, o que, entretanto, os vulgarizou, ocasionando sua condenação e transformação
em chacota por parte dos alopatas mais radicais, uma vez que foram nivelados às
drogas populares, também anunciadas pelo rádio, como xaropes, anticaspas,
sabonetes e cremes de beleza. Apesar dessa desqualificação, os homeopatas
continuaram a insistir nesse formato como estratégia própria para a ampliação
do conhecimento de sua teoria e suas atividades. O rádio era importante meio
moderno de divulgação, que permitia a recepção das informações por número cada
vez maior de pessoas, apesar de o papel desse meio de comunicação para fins
educativos no campo da saúde pública ainda estar por merecer a atenção dos
pesquisadores (Rodrigues, Vasconcellos, 2007).
No caso do Rio Grande do Sul, a Rádio Sociedade Farroupilha,
utilizada para divulgação, marca a organização de espetáculo radiofônico, que
se consolidou na década de 1940, assumindo proposta de organização comercial da
rádio. De 1935 a 1943, a Farroupilha permaneceu sob controle da família Flores
da Cunha, também proprietária da Empresa Jornalística Rio-Grandense, que
editava os diários Jornal da Manhã e Jornal da Noite.
O general José Antônio Flores da Cunha governou o estado de 1930 a 1937, parte
como interventor federal nomeado por Getúlio Vargas e parte como governador.
Divergências entre ele e Vargas provocaram sua renúncia em 1937, pouco antes da
decretação do Estado Novo. A rádio, então, enfrentou dificuldades que levaram a
sua venda, em 1943, para os Diários e Emissoras Associados, responsáveis pela
modernização de sua linha de atuação, com programas de auditório, radionovelas
e humorísticos que a popularizam a partir de então (Ferraretto, 2002, p.18,
114). A radiodifusão teve importante papel no estado na divulgação de
informações novas e sua popularização para público cada vez mais amplo na década
de 1950. Os homeopatas gaúchos aproveitaram então esse novo e importante
veículo de comunicação para afirmar e difundir suas propostas.
Outro relevante aspecto de difusão da Liga dizia respeito à
publicação de livros sobre homeopatia, sendo os recursos arrecadados
encaminhados para a manutenção das demais atividades. Visando ampliar a
divulgação dos postulados defendidos, a Biblioteca da Liga Homeopática do Rio
Grande do Sul publicou cinco volumes na gestão de David Castro na Diretoria de
Propaganda, de 1941 a 1955, além de títulos de renomados homeopatas, como
Alberto Seabra e o próprio David Castro.
A Liga inaugurou em 1943 o primeiro monumento à homeopatia em
praça pública na América do Sul, no Parque Farroupilha - a
herma de Hahnemann, comemorando o centenário de sua morte. A realização de
eventos em Porto Alegre também foi importante instrumento de divulgação. Em
1944, o 1º Congresso Sul-Americano de Homeopatia, presidido por David Castro,
contou com a presença de médicos argentinos, uruguaios e do Centro do país, com
apoio do governo do estado. Em 1952, realizou-se a quarta edição do Congresso
Brasileiro de Homeopatia, também sob a presidência do doutor David Castro.
Nesse congresso, oficializado pelo governo do estado, houve o lançamento de
selo comemorativo do centésimo aniversário do doutor Licínio Cardoso,
inaugurou-se o terceiro dispensário da Liga e outra herma no Parque
Farroupilha, em memória ao doutor Licínio, gaúcho de Lavras do Sul, fundador do
Hospital e da Faculdade Hahnemanniana, ambos no Rio de Janeiro.
Diversas foram as atividades desenvolvidas pela Liga no empenho de
manter-se como veículo de divulgação da homeopatia no estado, articulando as
várias ações como estratégico conjunto de colocação de seus interesses. Essas
estratégias foram consideradas necessárias para fazer a homeopatia tornar-se
prática disseminada socialmente no futuro, resultado do esforço de todos os
praticantes.
Estratégias e justificativas
No caso do Rio Grande do Sul, o principal estrategista homeopático
e mentor de divulgação foi David Castro, que, como diretor de propaganda da
Liga Homeopática, foi também o maior responsável pelo teor das publicações
no Boletim de Homeopatia até 1955. A maioria dos textos
publicados era de sua autoria ou a partir de suas informações.
David Castro nasceu em Recife e fez a primeira parte dos seus
estudos na Bahia, mas formou-se pela Escola de Medicina do Rio de Janeiro, ali
atuando posteriormente como professor de clínica médica homeopática, ramo da
medicina que abraçara desde sua formação (Pinheiro, 2000, p.50). Foi
colaborador do programa radiofônico "A Voz da Homeopatia" a partir de
1939, publicando vários artigos em 1940 no periódico A Voz da
Homeopatia, órgão de divulgação da Associação Paulista de Homeopatia nesse
ano. Transferiu-se para Porto Alegre em dezembro de 1940, onde colaborou em
jornais locais, como o Correio do Povo, o Diário de
Notícias e, a partir de junho, o católico A Nação. Em 28
de junho de 1941 passou a ser responsável por um programa semanal na Rádio
Farroupilha.
Atuou como clínico em Porto Alegre e, para ampliar a proposta
homeopática, vinculou-se ao desembargador Nésio de Almeida através da Farmácia
Homeopática de Luiz G. Klein & Cia., que patrocinou a publicação de sua
obra Homeopatia: terapêutica positiva, em 1933, bem como auxiliou a
propaganda desenvolvida por Castro (1933) no rádio e na imprensa. A
apresentação do livro, assinada por Nésio de Almeida, se refere ao interesse da
obra na divulgação dos princípios homeopáticos - o que é
endossado por sua reedição, em 1944, como uma das obras da Biblioteca da Liga
Homeopática. David Castro transferiu-se para o Rio de Janeiro em maio de 1955,
onde continuou a atuar na área da homeopatia. Faleceu em 1980, tendo vários
outros títulos publicados ao longo da sua carreira (Martins, 1971, s.d.).
O livro Homeopatia: terapêutica positiva reúne
palestras curtas que defendiam a homeopatia das acusações recebidas nas décadas
de 1920 e 1930. O discurso utilizado pelos homeopatas de formação foi analisado
por Bertolli Filho, através de uma série de conferências realizadas pela Liga
Homeopática Brasileira, em março de 1933, e publicadas no Rio de Janeiro. No
conjunto de conferências analisadas, há algumas de David Castro, que foram
também reproduzidas no livro publicado no Rio Grande do Sul. As conferências
realizadas pela Liga em 1933 são emblemáticas do movimento de ideias do
período. Buscava-se definir um perfil nacional-brasileiro; para tanto
propunha-se uma identidade nacional com base em modelos abrangentes, integrais
e que superassem os regionalismos. A intenção era atualizar o Brasil diante das
rápidas mudanças no contexto internacional (Bertolli Filho, 1988, p.6). A
campanha de divulgação da homeopatia, na qual se inseria a edição do livro de
conferências (com tiragem de dois mil exemplares), tornava-se tarefa
privilegiada de atuação social.
A análise de Bertolli Filho refere-se à forma e ao conteúdo dos
textos publicados. Quanto à forma, verifica-se a tradição discursiva do
fundador da doutrina, herdeiro do estilo romântico-conservador de escrita,
caracterizando-se por discurso cujo tom dogmático é perseverante, apresentando
verdades não por sua evidenciação, mas, sobretudo, por sua contraposição:
defende-se a verdade ou o correto focando exatamente a situação oposta,
apontando as falhas do objeto que se acredita falso ou incorreto. Apontam-se,
aqui, apenas alguns pontos dos textos de homeopatas do período, analisados com
grande propriedade por Bertolli Filho. Quanto ao conteúdo, ele monta uma
'sociologia dos temas', que analisa a homeopatia como ciência vinculada à
perspectiva positivista, como prática especializada, como terapêutica
(desconsiderando uma proposta moralizante), bem como o confronto com a
alopatia, a ideia de conversão dos adeptos como evidência dos fundamentos da
doutrina e o silêncio que os conferencistas mantiveram quanto à metafísica
hahnemanniana, pois estavam todos imbuídos da necessidade de unificar uma
proposta a fim de fazer frente aos ataques que a homeopatia sofria no período
(Bertolli Filho, 1988, p.6-10).
A divergência entre alguns dos autores que participavam da
proposta, entretanto, já era evidente desde 1918, nas disputas entre Alberto
Seabra e Murtinho Nobre, que teriam ameaçado uma cisão. Aparentemente essa
divergência se refere à proposta de uma homeopatia mais
"espiritualizada", que se aproxima da perspectiva kardecista e que
admite a "prática culta" do espiritismo, já que a maioria dos
médiuns, quando servia de "aparelho" dos espíritos, receitava
fórmulas homeopáticas (Bertolli Filho, 1988, p.10).
Na década de 1930 era comum a publicação de receituários
homeopáticos destinados à consulta popular. Nesse período, duas obras eram
muito conhecidas e utilizadas por leigos para o estabelecimento de
autotratamento: Guia homeopático, do doutor Alberto Seabra, que
chegou aos cem mil exemplares, e Guia homeopático das mães, do
doutor Nery Gonçalves (Bertolli Filho, 1988, p.12). Tratava-se de mais uma
estratégia de popularização da proposta homeopática, difundindo seus princípios
de forma generalizada no nível corriqueiro de outros 'manuais populares' que
serviam como obras de referência para diversas práticas de cura.
A obra de Alberto Seabra era distribuída nas farmácias, a partir
do Laboratório de Homeopatia do Dr. Alberto Seabra S.A., fundado em 1911, em
São Paulo, com um depósito no Rio de Janeiro e outro em Porto Alegre. Continha
conselhos, sugestões culinárias, higiene infantil, informações sobre a homeopatia,
guia para tratamento das moléstias mais comuns, patogenia de alguns
medicamentos, específicos homeopáticos do doutor Seabra, produtos preparados no
laboratório, tabela de preços das especialidades e de outras homeopatias. E
destacava a possibilidade de serem feitos pedidos por correio (Seabra, 1920).
Esse tipo de material aparentemente funcionou como uma continuidade dos
almanaques de farmácia que surgiram no final do século XIX, quando a ciência
era a palavra de ordem (Meyer, 2001, p.127) e os almanaques serviam como
propaganda, informação e entretenimento. Essa similaridade, entretanto,
provocou efeito contrário na divulgação da homeopatia, porque os médicos
ridicularizavam a proposta, considerada muito popular e preocupada com a
propaganda, pois os almanaques eram com frequência distribuídos por
laboratórios que procuravam difundir seus compostos (propaganda considerada
excelente negócio por quem investia nessa prática2).
Alberto Seabra é citado pelos autores que divulgam a proposta de
Hahnemann como exemplo dos casos de conversão à homeopatia após a cura de um
filho em 1908, tendo a medicação sido administrada pelos irmãos Manuel e
Antônio Murtinho Nobre (com quem ele veio a ter divergências). Seabra formou-se
na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1895, atuando em Sorocaba até
1897. Foi um dos iniciadores do Instituto Pasteur e um dos fundadores da
Universidade de São Paulo, tido como médico de considerável reputação, chegando
a exercer a vice-presidência da Sociedade de Medicina e Cirurgia. Após a
conversão, estudou a obra de Hahnemann e passou a ser grande difusor dos
princípios homeopáticos até seu falecimento, em 1934 (Pinheiro, 2000, p.43-44).
Além da estratégia de divulgação da homeopatia em livros
populares, Seabra também publicou outra obra, procurando esclarecer suas
posições a respeito da proposta homeopática, intitulada Esculápio na
balança ou a superstição dos remédios (Seabra, 1943), cuja reedição
foi autorizada por sua viúva, sendo o segundo volume da Biblioteca Homeopática
da Liga Homeopática do Rio Grande do Sul. Positivista assumido, Seabra
criticava duramente a proposta de evolução da medicina ao longo dos tempos,
argumentando que os avanços da medicina têm limites estreitos para a cura dos
pacientes. Procurava recuperar os princípios de Hipócrates como base para a
homeopatia, princípios que teriam sido perdidos ao longo da história, bem como,
aliás, o respeito ao célebre juramento. Também advogava a necessidade da
ciência para a defesa dos princípios homeopáticos, mas a ciência em seu estádio
positivo, com o atendimento dos princípios defendidos na perspectiva de Comte.
Não fazia referência específica à necessidade de formação dos médicos, mas os
princípios positivistas sugerem que a escolha dos profissionais da área médica
se faria por indicação dos mais competentes pela população, quando estivesse
plenamente desenvolvido o estádio positivo da organização das comunidades. Os
profissionais mais qualificados seriam escolhidos pela atuação adequada junto à
população.
Outra proposta, defendida por David Castro, argumentava a
fundamental necessidade de formação acadêmica para os homeopatas, insistindo na
discussão e cooperação com pessoas que tivessem estudado a doutrina,
principalmente médicos de formação, condição indispensável para o exercício da
homeopatia. Afirmava que ninguém podia ser homeopata sem antes ser médico e ter
cursado todas as classes que constituem a base terapêutica. Considerava a homeopatia
uma doutrina terapêutica dentro da medicina, com um curso extra de doutrina e
terapêutica homeopática, de três árduos anos de estudo, como, segundo ele, era
feito na época: "A homeopatia não é uma 'panaceia curadora'. ... É uma
teoria, um método de cura, com suas leis e seus remédios, mas o seu
conhecimento e sua aplicação implicam, antes de mais nada, o conhecimento da
anatomia, da fisiologia, da biologia, da patologia, da física e química
biológicas, da psicologia, da neurologia, da psiquiatria, o conhecimento,
enfim, de tudo quanto constitui o estudo da medicina" (Castro, 1933,
p.52).
Castro condenava os 'práticos' que supunham poder atender com base
na utilização de um manual e afirmava a homeopatia como ciência difícil e
árdua, cuja compreensão e aplicação demandariam formação médica e conhecimento
profundo da doutrina homeopática. "Ninguém pode ser médico homeopata sem
ser médico. E isso não é uma afirmação no sentido legal, mas no sentido
científico, clínico e cultural" (Castro, 1933, p.50).
Em sua opinião, os práticos leigos contribuíram, em seu tempo,
para a popularização da homeopatia como arte de cura, mas não como ciência e
terapêutica. Os benefícios relativos, contudo, não compensavam os
inconvenientes que os práticos representam para o progresso da homeopatia e de
qualquer outra ciência ou atividade em que especialistas tenham que competir
com leigos. Reconhecia a diferença entre os práticos desinteressados, que
receitavam a homeopatia por amor ao próximo, por caridade e convicção, e
aqueles movidos por interesse, que a receitavam por pagamento ou vinculados a
algum laboratório. Sobre os 'desinteressados', dizia não fazer oposição
sistemática, mas, como médico, tudo teria feito para conseguir que outros
médicos e acadêmicos de medicina estudassem a homeopatia e aprendessem a
aplicá-la. A liberdade profissional no Rio Grande do Sul seria responsável pela
quantidade de práticos encontrados no estado, pois a terapêutica homeopática,
aparentemente mais fácil e mais simples, teria sido a preferida pelos que
decidiram aproveitar a liberdade profissional para fazer-se médicos. Destaca-se
nessa obra especificamente a proposta relativa à defesa da homeopatia
científica, mas, como bem analisou Bertolli Filho (1988), Castro aborda
diversos outros temas na divulgação dos princípios de Hahnemann.
David Castro fez parte do grupo de homeopatas que assumiu como
estratégia a defesa do discurso científico para aproximar médicos, adeptos e
clientes. Utilizou esse discurso no contexto em que ele era o mais valorizado,
procurando afastar as demais opções, leigas e práticas. Empenhava-se na
divulgação da homeopatia como parte de um universo médico científico e técnico,
cuja necessidade, nesse contexto, parecia imperiosa. Em atuação posterior
continuou a advogar a causa da homeopatia como proposta científica. Depois de
1955, quando se transferiu para o Rio de Janeiro, foi livre-docente da Clínica
Médica Homeopática da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro em 1958,
vice-presidente da Liga Homeopática Internacional a partir de 1961 e presidente
da Associação Paulista de Homeopatia de 1961 a 1964 (Pinheiro, 2000, p.50).
Apesar dessas divergências, que os homeopatas procuravam não
expressar, utilizam-se aqui para analisar sua forma de propaganda da homeopatia
os argumentos desenvolvidos por David Castro divulgados no Boletim de
Homeopatia da Liga Homeopática do Rio Grande do Sul. Durante o 3º
Congresso Brasileiro de Homeopatia, realizado em São Paulo, em 1952, Castro
apresentou os nove itens que constituem o programa de divulgação da homeopatia
a ser defendido por todos os homeopatas e 'homeopatistas': (1) expansão
territorial da homeopatia além de São Paulo, Rio de Janeiro e do Rio Grande do
Sul; (2) elevação do prestígio e fortalecimento do Instituto Hahnemanniano como
órgão controlador da homeopatia em todo o país; (3) criação de órgão popular de
difusão da doutrina e dos preceitos com circulação em todo o país; (4) formação
de novos médicos homeopatas e a consequente necessidade de cursos de
pós-graduação, dentro do rigoroso controle teórico, sob orientação científica
do Instituto Hahnemanniano; (5) criação de ligas ou sociedades leigas que
trabalhassem pela difusão popular da homeopatia e pela criação de ambulatórios
e dispensários, sobretudo independentes dos grandes laboratórios e farmácias
homeopáticos, embora com seu apoio; (6) divulgação propriamente dita, mediante
programas radiofônicos, colaboração em jornais leigos e especializados,
conferências, participação em congressos etc.; (7) obtenção da obrigatoriedade
da criação de clínicas homeopáticas nas autarquias e entidades de classe; (8)
edição de livros homeopatas, científicos e de divulgação; (9) ampliação do
intercâmbio internacional, pela importação de livros e revistas homeopatas.
Esse plano de atuação apoiava-se na crença na homeopatia como
terapêutica do futuro, embora sua vitória ainda estivesse longe de ser
vislumbrada, e ela nem sequer ainda ocupasse lugar na vanguarda dos métodos de
cura utilizados pela humanidade. Um médico homeopata seria muito mais do que um
médico, pois teria deveres com a doutrina que abraçou e que o instruiu, como
também com a ciência e a humanidade. Sua proposta tinha como base a filosofia
de que os homens deveriam buscar a perfeição, que consistia na supremacia das
próprias virtudes e do altruísmo inerente a todos. Esses valores produziriam
grandes obras quando informados por alguma doutrina sólida, como a
hahnemanniana. Sugerindo organização e centralização como eixos da divulgação,
defendia o Instituto Hahnemanniano como órgão a exercer essa congregação
nacional (Castro, 1952, p.35-40).
Mediante as atividades da Liga Homeopática do Rio Grande do Sul
tentou-se pôr em prática os elementos propostos por David Castro, elegendo-a
como a organização que congregasse os esforços de divulgação da homeopatia na
cidade de Porto Alegre, através do atendimento gratuito nos dispensários; que
promovesse sua divulgação através de meios de comunicação diversos; que
estimulasse o empenho de dar visibilidade à homeopatia através da organização de
congressos e da inauguração das hermas homenageando homeopatas exemplares. O
esforço realizado procurava atender aos princípios humanos enunciados, que
permitia à homeopatia ser a sólida base doutrinária para a construção das
grandes obras. Se esse é o discurso que os homeopatas procuraram construir por
intermédio de suas instituições, nem sempre as atividades práticas foram
pautadas pela agregação e unificação das propostas. No caso do Rio Grande do
Sul, obtiveram grande visibilidade para suas atividades. No órgão de divulgação
nacional, que segundo David Castro deveria ser o Instituto Hahnemanniano, a
proposta é, entretanto, mais marcada pela dispersão e pela divergência. Apesar
disso, alguns poucos homeopatas causaram grande rebuliço, indicando que as estratégias
de divulgação tiveram alguma eficácia.
Considerações finais
A disputa por legitimidade estabeleceu, entre a medicina alopática
e a homeopática, relações conflituosas e difíceis no início do século XX - a
ponto de a versão oficial ter procurado eliminar a homeopatia como área
concorrente, negando sua existência. Na dependência da aprovação formal de
outros médicos, muitos receavam a adoção explícita da homeopatia temendo ser
tachados de charlatães. Ainda assim, considera-se que as opções 'perdedoras'
também devem ter sua voz resgatada pela historiografia, para que se possa
entender até como certos preconceitos se formaram e estabeleceram.
A lógica dos discursos compõe-se como reação estratégica à
desqualificação da proposta homeopática, ditada pelas condições históricas que
permeavam as práticas médicas no decorrer das décadas de 1940 e 1950.
Entretanto, apesar de a estratégia de valorizar a homeopatia como discurso
científico ter sido adotada por vários autores, eles apresentavam diferenças em
outros aspectos. Castro defendia a formação médica específica para os
homeopatas, enquanto Seabra facilitava a divulgação de manuais que ampliavam a
utilização da homeopatia por leigos, além de sua opção explícita pela
perspectiva positivista. Muitos dos homeopatas que atuaram no Brasil adotaram
propostas diversificadas em suas práticas, dependendo da formação e de como se
aproximaram da perspectiva de Hahnemann. A unidade proposta por Castro nas
décadas de 1940 e 1950 deve ser percebida como estratégia dos autores frente às
dificuldades encontradas naquele contexto histórico. Suas ações para
legitimação do discurso homeopático baseavam-se no discurso científico composto
no período, procurando superar os regionalismos e oferecendo viabilidade
nacional.
NOTAS
1 A
descrição da organização da Liga Homeopática do Rio Grande do Sul foi
apresentada no 10º Encontro Estadual de História, realizado em Santa Maria
(RS), em julho de 2010. Essa descrição é necessária para o entendimento da
discussão acerca das estratégias elaboradas pelos homeopatas, no contexto
político dos anos 1940, para divulgação de sua proposta e consolidação de sua
inserção social, foco deste artigo.
2 O
proprietário do Laboratório Farmacêutico Daudt Oliveira & Cia. Ltda., que
lançou a pomada Boroborácica, o tônico A Saúde da Mulher e o xarope Bromil,
considerava um importante elemento de propaganda do tônico e dos outros
produtos o Almanaque d´A Saúde da Mulher, cujos dois milhões de
exemplares eram distribuídos diretamente em setecentas localidades do Brasil
(Daudt Filho, 2003, p.128).
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História, Ciências, Saúde-Manguinhos
versão impressa ISSN 0104-5970
Hist. cienc. saude-Manguinhos vol.18 no.2 Rio de Janeiro abr./jun. 2011
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702011000200002
Recebido para publicação em outubro de 2009.
Aprovado para publicação em março de 2010.
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