HOMEOPATIA E CORONAVÍRUS(3) - ATUALIZAÇÕES EM PREVENÇÃO,ETIOPATOGENIA E TRATAMENTO


Foz do Iguaçu monitora segundo caso suspeito de coronavírus

Homeopatia e coronavirus (3) – atualizações em prevenção, etiopatogenia e tratamento

08/04/2020


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A rápida evolução da atual pandemia e o progresso no conhecimento dos elementos da mesma nos obriga a um acompanhamento constante e frequente das notícias que chegam de todas as partes do mundo, de forma a forjar a melhor estratégia para combatê-la – seleciono abaixo os tópicos que para mim mais se destacaram nos últimos dias.
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PREVENÇÃO
Os países que tiveram mais sucesso no combate e contenção da atual epidemia foram aqueles que efetuaram um completo lockdown como a Nova Zelândia ou que atuaram de forma mais rápida na identificação e isolamento dos portadores assintomáticos – Taiwan e Coréia do Sul. Dois pilares de suas estratégias foram testagem precoce em grande número e recomendação de uso disseminado de máscaras pela população. Este último item tem sido negligenciado ou minimizado no Ocidente por diversos motivos como baixos estoques disponíveis e baixa aderência pregressa de uso pela população. Mas a recomendação de seu uso deve ser enfatizada como um dos elementos de grande capacidade de redução na disseminação de um vírus respiratório como o da Covid-19:
A máscara mais indicada é a N95, capaz de bloquear a passagem de partículas do tamanho de um vírus – e na ausência desta a máscara comum cirúrgica – porém devido à escassez das mesmas e a destinação prioritária às equipes médicas que combatem a epidemia nos hospitais, máscaras caseiras de material ou tecido impermeável podem ser úteis na medida que diminuem muito a propagação de gotículas e aerossóis respiratórios por parte de portadores assintomáticos. O vídeo abaixo ilustra perfeitamente como a mera respiração os produz e como uma barreira física é capaz de proteger uma população:
Por outro lado pesquisa alemã indica que o vírus sobreviveria muito pouco em superfícies, sendo que a principal forma de contágio seria pessoa a pessoa pela produção das gotículas e aerossóis respiratórios conforme descrito acima, reforçando o imperativo do distanciamento social – nem por isso devem ser afrouxadas as medidas higiênicas como lavagem frequente das mãos e/ou uso de álcool, pois nossa mãos continuam sendo um dos maiores vetores de carreamento de partículas que possam conter vírus para as mucosas oral e nasal:

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ETIOPATOGENIA E TRATAMENTO

Sars-Cov-2 atacando a membrana de uma célula. — Foto: IOC/Fiocruz 
(clique na imagem para ir à matéria)
Trabalhos indicam que o vírus Sars-coV-2 penetra nas células da mucosa respiratória, especialmente pulmonar, através da ligação com receptores ECA2 – Enzima Conversora de Angiotensina 2 – presentes em abundância nos pulmões e vasos sanguíneos. Os portadores de doenças cardiovasculares, os hipertensos, os diabéticos, os portadores de doenças respiratórias crônicas como asma e DPOC, fumantes, ex-fumantes e idosos possuem uma expressão gênica maior desses receptores, daí a probabilidade de maior gravidade nos mesmos.
A doença cursa de forma leve inicialmente – com febre, tosse, cansaço, respiração levemente acelerada e muitas vezes com perda de olfato, parecendo uma gripe leve – porém já produzindo lesões pulmonares muitas vezes visíveis em tomografias. Ela pode passar por um período de aparente melhora para rapidamente evoluir para um quadro grave de insuficiência respiratória.
Observações clinicas recentes (1) indicam que o tratamento inicialmente sugerido por pioneiro trabalho francês – hidroxicloroquina 400 a 600mg ao dia associada s azitromicina 500mg a dia por 5 a 10 dias, sempre sob supervisão médica (risco de arritmias cardíacas e retinopatias com perda de visão) – pode ser realmente eficaz, porém apenas quando ministrado até o quarto dia a partir do início do quadro, isto é, quando ainda está na fase leve, pois dado na fase avançada da doença sua eficácia diminui , ainda que possa ser útil.
Outros tratamentos promissores como o uso de anticoagulantes, antiretrovirais e antiparasitários (2) não podem ser considerados profiláticos por enquanto, se destinando apenas para pacientes graves ou foram apenas testados in vitro, respectivamente.
Outros potenciais tratamentos bem como o estágio do desenvolvimento de vacinas contra o Sars-coV-2 são descritos no vídeo abaixo:
Atualização 18/04/20 – trabalho recente sobre o mecanismo de ação do Sars-coV-2 no organismo indica que ele se liga à porfirina dos eritrócitos (glóbulos vermelhos) impedindo a oxigenação à nível hematológico e liberando ferro, que dessa forma é tóxico para os tecidos – elevando a Covid-19 à categoria de uma doença sistêmica vascular/hematológica na sua repercussão em vários órgãos. A hidroxicloroquina teria seu efeito corroborado por atuar impedindo a ligação do vírus ao mesmo sítio que o plasmódio atua no caso da malária – daí sua eficácia na fase inicial de viremia (3).
Já a utilização com sucesso de metilprednisolona + claritromicina em diversos casos de pacientes graves hospitalizados não teria mais relação com a agressão virêmica e sim com a inflamação secundária dos tecidos e a resposta imune do organismo (4), o que faz todo sentido,
Atualização 23/04/20 – ao observar a hipóxia silenciosa que acomete os pacientes de Covid-19 – os pulmões já estão lesionados e com baixa oxigenação no início do quadro, porém o paciente não apresenta dispnéia significativa até que o quadro se agrave subitamente – o médico norte-americano Richard Levitan sugere o uso de oxímetro de pulso em consultórios e mesmo uso doméstico para medição precoce de níveis baixos de oxigenação, resultando em intervenção e tratamento precoce menos agressivo e mais bem sucedido:
Mesmo pacientes sem queixas respiratórias tinham pneumonia por covid. Esses pacientes não relataram nenhuma sensação de problemas respiratórios, mesmo que os raios X de tórax mostrassem pneumonia difusa e o oxigênio estivesse abaixo do normal […] quando a pneumonia por covid ataca, os pacientes não sentem falta de ar, mesmo quando os níveis de oxigênio caem. E, quando enfim sentem dificuldade de respirar, têm níveis alarmantemente baixos de oxigênio e pneumonia moderada a grave […] Quando os pacientes começam a ter dificuldades visíveis para respirar e chegam ao hospital com níveis perigosamente baixos de oxigênio, muitos precisam de ventilador.O fato de a hipóxia silenciosa progredir rapidamente para a insuficiência respiratória explica os casos de pacientes de covid-19 que morrem de repente, sem chegarem a sentir falta de ar.[…] Evitar o uso de ventilador é uma grande vitória para o paciente e para o sistema de saúde. […] Existe uma maneira de identificarmos mais pacientes com pneumonia por covid mais cedo e tratá-los com mais eficácia – sem que seja necessário aguardar um teste de coronavírus em hospital ou consultório médico. Trata-se da detecção precoce de hipóxia silenciosa por meio de um dispositivo médico comum, que pode ser adquirido sem receita médica na maioria das farmácias: um oxímetro de pulso.[…]A detecção generalizada por oximetria de pulso para pneumonia por covid – com as pessoas fazendo testes em si mesmas com dispositivos domésticos ou indo a clínicas e consultórios médicos – poderia estabelecer um sistema de alerta precoce para os tipos de problemas respiratórios associados à pneumonia por covid.
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ESQUEMA DE TRATAMENTO HOMEOPÁTICO
Revendo as diferentes indicações vindas de homeopatas de todo o mundo e cruzando-as com conhecimentos e referências próprias, consolido abaixo a seguinte sugestão para:
Prevenção
Até surgimento de uma vacina eficaz – o que deve demorar de 6 meses, na melhor das hipóteses, a 18 ou mais meses – e mesmo futuramente em conjunto com ela, um esquema preventivo homeopático pode ser adotado da seguinte forma:
– Arsenicum album 200CH (sugerido pelo homeopata indiano Dr. Farokh Master, através da farmacêutica Dra. Amarylis Cesar)
5 glóbulos 1x/semana (4as) durante pelo menos todo o outono e inverno de 2020
– Oscillococcinum 200CH ou Oscillococcinum Boiron 200K
5 glóbulos ou 1 flaconete 1x/semana (sábs), pelo mesmo período
Tratamento
Na vigência de um quadro semelhante ao epidêmico, a sugestão de um tratamento homeopático sintomático – em paralelo ao convencional que deva ser instituído – é o que segue:
– China officinalis CH6 + Echinaea purpurea CH6 + Bryonia alba CH6
   5 glóbulos 4-6x/dia por 7 a 10 dias
Reservaria o uso da Camphora apenas ao quadro mais grave por assemelhar-se mais à ele do que ao quadro inicial – e para evitar-se o efeito de antidotação à outros homeopáticos, característico deste medicamento – nesse caso podendo ser adotado o esquema sugerido pelo homeopata indiano Dr. Rajan Sankaran, conforme discutido em artigo anterior:
– Camphora 1M 6/6hs em infectados;
– Camphora 10M 6/6hs em casos de complicações pulmonares graves.
 (OBS: A possibilidade de produção de um heteroisoterapico do vírus Sars-coV-2 já foi anteriormente extensamente discutida e pode ser lida nesta postagem)
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(1) Efficacy of hydroxychloroquine in patients with COVID-19: results of a randomized clinical trial – Zhaowei Chen, View ORCID ProfileJijia Hu, Zongwei Zhang, Shan Jiang, Shoumeng Han, Dandan Yan, Ruhong Zhuang, Ben Hu, View ORCID ProfileZhan Zhang, Medrxiv, BMJ, Yale
(2) The FDA-approved Drug Ivermectin inhibits the replication of SARS-CoV-2 in vitro – LeonCaly1Julian D.Druce1Mike G.Catton1David A.Jans2Kylie M.Wagstaff, Antiviral Research
(3) COVID-19: Attacks the 1-Beta Chain of Hemoglobin and
Captures the Porphyrin to Inhibit Human Heme Metabolism – Wenzhong Liu, Hualan Li, Yibin University, Yibin, China
(4) Risk Factors Associated With Acute Respiratory Distress Syndrome and Death in Patients With Coronavirus Disease 2019 Pneumonia in Wuhan, China – Wu C, Chen X, Cai Y, Xia J, Zhou X, Xu S, Huang H, Zhang L, Zhou X, Du C, Zhang Y, Song J, Wang S, Chao Y, Yang Z, Xu J, Zhou X, Chen D, Xiong W, Xu L, Zhou F, Jiang J, Bai C, Zheng J, Song Y, JAMA Intern Med. 2020 Mar 13
Fonte:https://jorgestorace.wordpress.com/2020/04/08/homeopatia-e-coronavirus-3-atualizacoes-em-prevencao-etiopatogenia-e-tratamento/

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