VISÃO HOMEOPÁTICA DAS ENFERMIDADES EPIDÊMICAS COLETIVAS



VISÃO HOMEOPÁTICA DAS ENFERMIDADES EPIDÊMICAS COLETIVAS -
O texto a seguir tem a intenção de introduzir o assunto profilaxia dentro da visão homeopática para que possamos tratar, em postagens posteriores, de mais uma das possibilidades dessa arte de curar: a Homeoprofilaxia. Diante de tanta polêmica referente ao assunto Leishmaniose, vacinar ou não vacinar, eutanasiar ou não eutanasiar, tratar ou não tratar, buscamos dentro da visão integralista, de uma medicina preocupada com o indivíduo e as conseqüências de sua inserção no ambiente, algumas soluções simples e possibilidades viáveis de prevenção em doenças epidêmicas coletivas.
Tenho buscado algumas possíveis soluções para o assunto, feito importantes contatos e conforme estes elementos forem tomando forma, serão divulgadas aqui.
Boa leitura.


VISÃO HOMEOPÁTICA DAS ENFERMIDADES EPIDÊMICAS COLETIVAS -
TRATAMENTO E PROFILAXIA
Como podemos explicar que em surtos epidêmicos alguns indivíduos adoeçam e outros não? Para adoecer é preciso ser susceptível. Todos os processos vitais, fisiológicos e patológicos dependem da suscetibilidade. A suscetibilidade é um processo individual, uma capacidade orgânica que temos, para aceitar ou reagir aos estímulos. Se a força vital não se apresenta distorcida, então o estado de susceptibilidade não existe e as doenças contagiosas não encontram uma porta de entrada.
Segundo a homeopatia, as doenças agudas coletivas epidêmicas são aquelas que afetam muitos indivíduos ao mesmo tempo, de formas muito semelhantes a cada surto. As doenças agudas coletivas epidêmicas podem apresentar uma forma definida, que não muda de ano para ano e que quando aparecem podem ser reconhecidas como em surtos anteriores, décadas atrás, ou ainda, no caso de cepas mutantes ou novas infecções com sinais e sintomas novos agregados, podem ser prevenidas e/ou tratadas através da homeopatia.

O QUE É HOMEOPROFILAXIA?

Homeoprofilaxia entende-se como o uso de substâncias dinamizadas, preparadas segundo as normas da farmacopéia homeopática, com a finalidade de prevenir o desenvolvimento de sintomas característicos de doenças infecciosas específicas.
São três os métodos de prevenção de doenças infecciosas em homeoprofilaxia:
(1) Remédio Constitucional: é escolhido baseando-se na totalidade sintomática individual, segundo a Lei da Semelhança, utilizando para isso, sintomatologias mentais, emocionais e físicas. A ação do medicamento constitucional sobre a Energia Vital do indivíduo removendo predisposições, incrementando a vitalidade e a imunidade geral, acaba por oferecer algum nível de prevenção sobre todas as doenças. Conforme experiências clínicas comprovam, nem sempre é suficiente para garantir altos níveis de imunidade contra doenças infecciosas específicas.
(2) Gênio Epidêmico: a escolha deste medicamento ultradiluído é feita a partir da análise de sintomas padrão da DOENÇA, de um número representativo de indivíduos portadores de tal doença infecciosa, levando ao medicamento que melhor se ajusta à maioria dos casos (imagem coletiva) do surto em curso. Especialmente útil em oferecer proteção contra doenças epidêmicas agudas.
(3) Bioterápicos ou nosódios: utilização do produto da própria doença (secreção, excreção, cultura do patógeno, sangue e etc.), utilizando a causa ou agente patógeno como prevenção contra a mesma doença mas de forma dinamizada, ultradiluída como os medicamentos homeopáticos. A imagem sintomatológica do medicamento deve ser similar à imagem sintomatológica da doença, ou ainda, o agente causal da doença deve ser capaz de provocar, no organismo susceptível, sintomas similares ao da doença.
A chave para uma boa profilaxia homeopática é saber quando usar anamnese individual e quando a anamnese grupal pode ser mais apropriada. Nem sempre é possível individualizar o tratamento, pois muitas vezes estamos diante de grandes populações susceptíveis, que necessitam de uma abordagem coletiva, rápida, eficiente e de baixo custo.
O tema profilaxia em homeopatia sempre foi polêmico, mesmo entre os homeopatas. Há dúvidas quanto ao papel dos microorganismos enquanto agentes causais das enfermidades. Alguns acreditam que eles nada mais são do que aproveitadores do momento de doença do indivíduo, atuando em momentos de desequilíbrio da energia vital e que sendo utilizado, nestas circunstâncias, um medicamento adequado (compatível com a totalidade sintomatológica do doente – medicamento de fundo ou constitucional), eles seriam eliminados pelo próprio organismo em função do re-equilíbrio da energia vital. Outros acreditam que as toxinas bacterianas e a própria bactéria, acrescentam sintomas à doença de fundo e que o nosódio mobiliza a enfermidade latente ou suprimida, expondo-a a observação do médico, quando bem indicado. Neste caso, os bioterápicos teriam a função de curar a infecção separadamente da totalidade do organismo, “limpando” os sintomas agregados pelos microorganismos, restando uma sintomatologia pura para a pesquisa do medicamento de fundo.
A razão de os medicamentos homeopáticos não terem sido aceitos pela comunidade médica ortodoxa como profiláticos, é o fato de não terem demonstrado ou comprovado que possa haver aumento dos níveis de anticorpos específicos mensuráveis, o que para o conhecimento científico atual, os desabona como medicação profilática. Também a não comprovação dos mecanismos de ação correspondentes aos homeoprofiláticos, torna desacreditada esta metodologia aos olhos da ciência médica ortodoxa. A grande dificuldade com pesquisa em homeopatia é que os métodos utilizados para testar ações moleculares não são necessariamente apropriados para testar reações não moleculares. Faz-se necessário adaptar as experiências positivas de ensaios clínicos homeopáticos da literatura científica internacional às exigências dos ensaios clínicos convencionais e a racionalidade científica moderna, na busca de um modelo que possa avaliar a eficácia e a real efetividade do tratamento homeopático, utilizando ensaios duplos-cegos randomizados e placebos controlados (TEIXEIRA, 2001).

BIOTERÁPICOS

Os termos nosódios e isoterápicos foram substituídos pelo Codex francês, por Bioterápicos. Enquanto nosódio se define por medicamento preparado com produtos patológicos, vegetais ou animais, bioterápicos definem-se como preparações medicamentosas de uso homeopático, obtidas a partir de produtos biológicos quimicamente indefinidos: secreções, excreções, tecidos e órgãos, patológicos ou não, certos produtos de origem microbiana e alergenos. Já o termo isoterapia, consiste no emprego de bioterápicos oriundos de produtos patológicos produzidos pela própria doença ou de cultura dos respectivos microorganismos causais.
A utilização de bioterápicos como tratamento e profilaxia de doenças infecto-contagiosas, remonta ao final do século XIX, quando Hering, seguidor de Hahneman, iniciou experimentos com o uso de agentes miasmáticos como remédios (nosódios). Utilizou vesículas de sarna (Psorinum), descarga gonorrêica (Medorrhinum), esputo tuberculoso (Tuberculinum) e tecido sifilítico (Syphilinum) como remédios dinamizados e inclusive estudou suas patogenesias, expandindo a Matéria Médica Homeopática da época. Além disso, foi precursor dos auto-nosódios, utilizando produtos miasmáticos do próprio doente no tratamento das doenças crônicas e também utilizou nosódios de forma profilática. Em 1830, Hering propôs o uso de Hydrophobinum para a prevenção da raiva; Variolinum para a prevenção da varíola (small pox) e Psorinum para prevenir o miasma da sarna.
Outro seguidor de Hahnemann, Boenninghausen, também utilizou nosódios de forma profilática (Variolinum) e classificou-o como superior à vacinação ortodoxa em termos de resultados e segurança.


Em 1831, Johann Joseph Wilhelm Lux, um conhecido veterinário homeopata da época, conduziu experimentos com o uso de nosódios em endemias de carbúnculo e mormo, utilizando sangue e muco nasal respectivamente, como tratamento e como profilaxia em todo o rebanho, alcançando sucesso total. Em 1833 publica seu novo método, motivando assim o surgimento da vacinação coletiva mediante o uso de isoterápicos. Também coube a ele o pioneirismo da utilização das ultradiluições no propósito terapêutico válido nas intoxicações.
Outros grandes homeopatas do passado como Stapf e Collet, foram defensores da utilização de nosódios. Stapf defendeu a norma de administrar ao doente a substância retirada dele próprio, tornando-se o promotor da auto-nosodioterapia ou auto-isoterapia, assim como propôs o emprego de isoterápicos como vacinas. Collet concebia que os produtos de eliminação (lágrimas, mucosidade retro-faríngea, secreções diftéricas, mucosidades brônquicas, saliva, urina, suor e serosidades cutâneas), quando diluídos e dinamizados, prestavam-se a remédios específicos já que contêm o germe, a imagem da doença e a totalidade do indivíduo.
Mais recentemente, o médico homeopata brasileiro Licínio Cardoso (1852-1926) assim como Collet, Lux e Hering, afirmava que os agentes causais e suas toxinas, presentes no sangue seriam capazes de produzir ou a própria doença, ou uma outra semelhante a ela. Denomina sua técnica de hemodínea ou auto-hemoterapia detalhando-a no livro de sua autoria “Dynotherapia Autonósica”.
Eizayaga, em seu Tratado de Medicina Homeopática, admite que:
Com o nosódio de cada uma das enfermidades agudas, podemos cumprir em homeopatia, um trabalho semelhante ao feito com vacinas conhecidas, sem nenhum dos seus inconvenientes. Enquanto com o remédio homeopático aumentamos a resistência inespecífica de um sujeito a uma infecção, com o nosódio, ao que parece, alcançamos uma elevação da imunidade específica para determinado germe (EIZAYAGA, 1992, p. 369).


Também como defensora e propagadora do uso de nosódios, temos a contemporânea Dorothy Shepherd, médica homeopata, que em seu livro intitulado Homeopathy in Epidemic Diseases, afirma que a utilização de meios profiláticos ortodoxos (vacinas) acarretaria, freqüentemente, severas reações e efeitos indesejáveis e segundo sua prática clínica, a utilização de nosódios como profilaxia é extremamente segura e absolutamente efetiva em seus efeitos sendo que, caso a doença ainda assim se instale, seus efeitos serão muito suavizados. Afirma ainda, que os efeitos benéficos do uso de nosódios em doenças agudas epidêmicas, estendem-se tanto à profilaxia quanto ao tratamento curativo depois que a doença já se instalou. Acrescenta ainda que existe uma grande diferença de eficácia entre um nosódio confeccionado com secreções, descargas ou lesões das patologias e os confeccionados com vacinas e culturas microbianas, sendo esta última forma geralmente ineficaz.
Outro contemporâneo, Richard Pitcairn, médico veterinário homeopata, do Animal Natural Health Center, possui vasta experiência com homoeoprofilaxia e afirma que a proteção com nosódios é tão confiável quanto as vacinações ortodoxas, mas com a vantagem de apresentar menos efeitos indesejáveis. Ainda segundo Pitcairn, veterinários como Dom Hamilton e o Charles Loops, também utilizam como rotina clínica, os nosódios na prevenção de doenças infecto-contagiosas, com resultados extremamente satisfatórios, mas diferentemente deste autor, utilizam um único nosódio por vez enquanto ele (Pitcairn) utiliza vários nosódios simultaneamente. Pitcairn ainda descreve experiências suas e de outros veterinários, com homeoprofilaxia em animais: o Doutor Christopher Day publicou alguns excelentes trabalhos em homeoprofilaxia, sendo o mais expressivo intitulado Isopathic Prevention of Kennel Cough Is Vaccination Justified?, no qual demonstra, com amostragem expressiva de 200 cães, uma significante queda na incidência de Tosse dos Canis, de 100% para menos de 5% com a utilização de nosódios. Outro trabalho seu, de prevenção com nosódios, em mastite bovina, apresentou uma redução de 48% para 3% na incidência da doença. Cita o trabalho do Doutor Horace B.F. Jervis publicado em 1929, Treatment of Canine Distemper with the Potentizes Vírus, no qual descreve o grande sucesso do uso do nosódio Distemperinum na prevenção da Cinomose (distemper). Recomenda especialmente a utilização de 200CH e utiliza o nosódio, além de profilaticamente, também como tratamento, freqüentemente no estágio de incubação da doença, impedindo o surgimento da mesma. Também relata sucesso em quadros clínicos já instalados, com sintomas como diarréia pútrida e convulsões, revertendo inclusive casos em estágios clínicos bem avançados. Observa ainda que, alguns quadros de cinomose necessitam outros medicamentos além do nosódio.


GÊNIO EPIDÊMICO
Gênio epidêmico é o estudo dos sintomas gerais de um surto infeccioso, em uma determinada população. Quando utilizamos a somatória destes sintomas como imagem grupal, encontramos o medicamento homeopático (gênio medicamentoso) que servirá tanto para prevenir quanto para tratar todos os indivíduos que sofrem ou possivelmente sofrerão daquela epidemia. A anamnese é grupal e baseia-se numa abordagem coletiva das particularidades da doença epidêmica, sendo particularmente útil quando há um claro perigo de doença infecciosa em um grupo determinado. A seleção do medicamento profilático deve ser baseada na natureza da epidemia e por esta razão o melhor preventivo nem sempre pode ser determinado até que a epidemia tenha aparecido, e sua natureza peculiar tenha sido apurada.
Segundo Hahnemann, no parágrafo 101 do Organon, a investigação criteriosa do conjunto característico de sintomas e sinais de vários casos da mesma epidemia, leva ao medicamento adequado e homeopaticamente conveniente.
O mesmo remédio que irá prevenir a doença epidêmica também pode ser usado para curá-la em estágios iniciais antes que sintomas mais sérios apareçam. Em estágios mais avançados pode haver a necessidade de novo gênio epidêmico, agregando-se novos sintomas e sinais.
No parágrafo 102 do Organon, Hahnemann enfatiza a importância da utilização de sinais e sintomas comuns a vários indivíduos de diferentes constituições físicas, e não a uns poucos ou apenas um:
[...], mas toda a extensão de tal epidemia e a totalidade de seus sintomas [...] não pode ser percebida num único doente isoladamente, mas ao contrário, somente será perfeitamente deduzida e descoberta (abstraída) através do sofrimento de vários doentes de diferentes constituições físicas (HAHNEMANN, 2001 – pg 142-143).

Os primeiros casos observados em um surto não indicam necessariamente a imagem completa do gênio epidêmico e faz-se necessário observar vários pacientes para se ter com clareza o gênio medicamentoso mais adequado e que possa curar a grande maioria dos casos.
Kent, o pai da homeopatia constitucional, ao dispor sobre idiossincrasias (susceptibilidade exagerada) nos diz:
Vocês descobrirão que a profilaxia requer um grau menor de similitude do que a necessária para curar. Para prevenir a doença, um remédio não tem que ser tão semelhante como para curá-la e estes remédios de uso diário nos permitirão evitar que um grande número de pessoas adoeça. Devemos recorrer à Homeopatia tanto para a prevenção como para a cura (KENT, 2002 – pg 242).

Ao se ter em mãos o medicamento do gênio epidêmico de uma determinada epidemia, este poderá ser prescrito para todos os indivíduos que se encontram na área de risco e que ainda não apresentem sintomas, observando assim uma redução no número de doentes, redução da gravidade dos sintomas e das mortes.
Hahnemann utilizou Belladona e Aconitum em diferentes surtos epidêmicos de Escarlatina, no início do século XIX, como tratamento e profilaxia, utilizando a individualização de cada surto e suas características peculiares. Também utilizou Bryonia e Rhus Toxicodendrum em surtos de Tifo onde tratou 180 casos e com apenas dois casos de mortes. Também recomendou o uso de Camphora e Cuprum Metalicum na publicação de Cause and Prevention of the Asiatic Cholera, no combate à cólera. Desta forma evidenciou que surtos da mesma epidemia, em diferentes localizações e momentos, manifestam-se de formas particulares, são diferentes entre si e, portanto requerem medicamentos específicos à natureza individual de cada surto. Durante a pandemia de influenza de 1918, que se calcula que tenha matado 30 milhões de pessoas em todo o mundo, o The Journal of the American Institute of Homeopathy (maio de 1921) reportou que em 24.000 casos da doença as mortes eram de 28,2% para os enfermos tratados com alopatia e 1,05% para os tratados com homeopatia. Boenninghausen usou, com sucesso, Thuya como gênio epidêmico na prevenção e tratamento da varíola.
Em veterinária, a utilização do gênio epidêmico é comum em rebanhos e criatórios, onde a abordagem é feita como se todos os indivíduos que compõe o grupo representassem um organismo único. As considerações, do que é particular e peculiar ao grupo enquanto unidade enferma são utilizadas na busca do medicamento do gênio epidêmico.

DOSES E POTÊNCIAS

Uma crítica aplicada a HP é que o nível e a duração da proteção não são conhecidos completamente. Hahnemann no parágrafo 281 do Organon, quando fala da sensibilidade individual de cada indivíduo à dose e à potência do medicamento, deixa claro que esta deve ser individualizada de acordo com as predisposições do paciente e as circunstâncias do momento.
O princípio homeopático de mínima dose e mínima intervenção deve ser observado devendo-se considerar a constituição individual e a predisposição miasmática para que não se crie no paciente um “miasma medicamentoso” similar à doença que se quer evitar.
Segundo Little, quando as individualizações não são possíveis, como em surtos epidêmicos de grandes populações, o paciente deve tomar pequenas doses de potências moderadas e afirma preferir o uso de potências centesimais(C) e cinquentamilesimais(L) na forma líquida e em doses divididas, se e quando necessário. Este método propicia o ajuste da medicação à sensibilidade da constituição do indivíduo, o que não é possível quando se utilizam glóbulos, papelotes e pellets.
Este mesmo autor segue descrevendo as posologias utilizadas por grandes nomes da homeopatia: Hahnemann no artigo intitulado Cure and Prevention of Asiatic Cholera, declara que uma simples dose de 30CH uma vez a cada 7 dias, enquanto houver ameaça de infecção, é suficiente para prevenir a doença alvo. Ainda no mesmo artigo, Hahnemman preconiza a dispensação do medicamento já na forma plus (diluída em água para ser tomada em doses fracionadas) já que desta forma, ao ser sucussionada (agitada) cada vez, antes da ingestão, propiciaria a ingestão de doses potencialmente diferentes em cada toma, fazendo com que a ação medicamentosa atue profunda e suavemente na força vital e propicie menos riscos de agravação por repetição de doses. Eaton notou que Variolinum 30 CH era 97% efetivo na prevenção de smallpox em 1907. Burrnet também classifica Variolinum 30CH como muito efetivo. Prossegue Little no mesmo artigo afirmando que: a potência 30CH parece ser suficiente para ser utilizada em desordens epidêmicas que apresentem ameaça curta, de algumas semanas ou meses; que a 200CH tem duração maior que a 30CH e pode ser efetiva por no mínimo 2 a 4 semanas; que potências maiores como 1M podem prover proteção por longos períodos como algumas semanas ou meses; que estudos franceses (1932 e 1946) mostram que Diptherotoxinum 4M e 8M produzem antitoxinas no sangue por mais de 5 anos. Quanto às suscetibilidades individuais relata que, potências de longa ação podem ser excelentes para algumas pessoas, mas aqueles que são muito sensíveis podem ter agravações severas e podem não tolerar o medicamento repetido em pequenos intervalos e que os indivíduos hiposensíveis podem necessitar de doses mais freqüentes. Afirma ainda, que o aumento gradual da potência na escala LM é bem adaptado ao uso de medicamentos homeopáticos na forma preventiva, isto porque têm a profundidade das potências centesimais (200CH, 1M, etc), mas se preparada e administrada corretamente, não produz agravações prolongadas, porém a duração da sua ação é curta. Quando uma simples dose produz sintomas, o medicamento não deve ser repetido. Isto indica que o indivíduo é muito sensível (hipersensível) ao medicamento profilático e que o processo preventivo já começou. Em geral, indivíduos que não mostram sintomas mesmo após doses repetidas em intervalos relativamente curtos, demonstram não ser particularmente susceptíveis (hiposensíveis) ao remédio ou a doença alvos. O intervalo entre doses deve ser adaptado de acordo à sensibilidade da constituição individual e o grau de potência utilizada. Dependendo da natureza da doença e os riscos de exposição, podem-se utilizar reforços para estender o período de proteção, sempre cessando a administração ao primeiro sinal de sintomas. Se doses ajustadas por um razoável período de tempo, mesmo assim não forem capazes de produzir sintomas, provavelmente este indivíduo já esteja imune à doença alvo e a medicação deve ser interrompida. Existem poucos riscos em homeoprofilaxia se o processo for feito lenta e cuidadosamente, com potências moderadas e doses dadas dentro de limites razoáveis (LITTLE, 2007b).

Fonte:
www.bichointegral.vet.br

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